Várias dezenas de produtores e agricultores do litoral alentejano protestaram hoje, em Santiago do Cacém, para exigir do Governo apoios no combate à doença da língua azul, que está também a afetar rebanhos nessa zona.
“O principal problema é a falta de apoio, porque as doenças aparecem, há que preveni-las antes e as [autoridades] deviam estar atentas. Recebem informações da União Europeia sobre o vírus para se poderem prevenir”, criticou à agência Lusa Arménio Pinela, produtor de ovinos há mais 20 anos.
Com “46 ovelhas mortas” e “perto de 400 doentes”, num rebanho de cerca de 700 efetivos, o produtor pecuário, que tem uma exploração em São Domingos, no concelho de Santiago do Cacém, distrito de Setúbal, queixou-se da falta de vacinas.
“Ninguém consegue explicar nada de concreto. Ouvimos dizer que afinal há vacinas, que não foram requisitadas, e não sabemos onde está a verdade”, afirmou Arménio, acrescentando que espera enterrar “vinte e poucos” animais.
Também Maria Odília Matos, produtora de ovinos na freguesia de Abela, igualmente no interior do concelho de Santiago do Cacém, disse que aguarda a vacinação das suas 200 ovelhas.
“Fui fazer o requerimento e pagar as vacinas para o meu rebanho de ovelhas”, relatou à Lusa.
A vacina “demora os seus dias até chegar e, depois, quando chegar, se as minhas ovelhas tiverem a língua azul já não podem ser vacinadas, mas já paguei a totalidade, ou seja 550 euros”, lamentou.