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Montenegro afirma que Governo mantém objetivo de crescer nos 3% durante a legislatura

Lusa
30-10-2024 17:13h

O primeiro-ministro afirmou hoje que o Governo mantém o objetivo de aumentar o crescimento de Portugal até aos 3% ao longo da legislatura, mas alegou que optou pela prudência no plano que enviou à Comissão Europeia.

Esta posição foi transmitida por Luís Montenegro em resposta ao presidente do Grupo Parlamentar do PSD, Hugo Soares, na abertura do primeiro de dois dias de debate da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2025.

Luís Montenegro aproveitou esta ocasião para também responder a uma anterior intervenção do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, que apontara que no plano orçamental de médio prazo entregue pelo Governo PSD/CDS em Bruxelas o crescimento previsto de Portugal até 2028 é inferior ao que constava no programa eleitoral da Aliança Democrática (AD).

De acordo com o primeiro-ministro, o plano orçamental que enviado à Comissão Europeia “segue a metodologia atualmente vigente no âmbito da União Europeia e, por via disso, a taxa de crescimento da economia que está ali plasmada até 2028 é ao abrigo de políticas invariantes”.

No entanto, “o Governo mantém intacta a sua intenção de atingir os 3% de taxa de crescimento económico e de fazer perdurar acima de 3%, de forma sólida e duradoura, o crescimento da nossa economia. Esse é um objetivo de resto que é da legislatura, não era o do primeiro ano”, salientou o líder do executivo.

Neste ponto do debate, o primeiro-ministro alegou que o seu executivo optou pela prudência nas suas previsões de crescimento, tendo em conta, sobretudo, a situação de incerteza internacional.

 “A circunstância das principais economias europeias - a alemã, a francesa e a italiana - estarem a passar por dificuldades levou-nos a ser prudentes”, justificou.

Mas Luís Montenegro avançou também com uma causa interna para essa prudência nas previsões do crescimento e que se relacionou com a aproximação feita ao PS em domínio da política fiscal.

“Está no Orçamento uma taxa de crescimento de 2,1%, abaixo daquela que tínhamos no programa eleitoral, é verdade, atendendo a esta realidade internacional. Mas também atendendo a que não fomos tão longe quanto queríamos e gostávamos na definição de alguns dos elementos da nossa política económica, em particular a política fiscal”, argumentou o primeiro-ministro.

Antes, Hugo Soares tinha atacado a anterior intervenção de Pedro Nuno Santos, que considerou que o atual executivo apresenta apenas as reformas estruturais do anterior Governo.

O líder da bancada social-democrata considerou que houve aí “alguma confusão” da parte do secretário-geral do PS.

“Dei por mim a pensar, vai o senhor deputado Pedro Nuno Santos anunciar hoje que vota favoravelmente o Orçamento para 2025? Só que não, por uma razão óbvia e simples: É mais fácil apregoar do que fazer. Há uma velha máxima em Portugal que diz que depois do batizado feito não faltam padrinhos”, completou, recebendo palmas dos deputados sociais-democratas.

Em relação à questão do crescimento económico, Hugo Soares defendeu a linha do Governo de  valorizar a administração pública, os salários e reter talento ao nível da mão-de-obra.

“No que toca a ambição de crescimento, o programa do Governo prevê 2,5% em 2025. A ambição do PS cifrou-se nos 2%, menos 0,6% do que nós”, acrescentou.

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