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Covid-19: Estados Unidos proíbem viagens do Reino Unido e Irlanda

LUSA
14-03-2020 20:10h

As viagens para os Estados Unidos da América (EUA) a partir do Reino Unido e da Irlanda vão ser restritas a partir de terça-feira, à semelhança das medidas tomadas sobre o espaço Schengen, Irão e China.

O Reino Unido e a Irlanda foram incluídas hoje pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, depois de as proibições de viagens do espaço Schengen terem sido anunciadas na última quarta-feira, por um período de 30 dias.

 

Uma fonte do Departamento de Segurança Interna dos EUA disse hoje, em conferência telefónica para a imprensa, que o Reino Unido e Irlanda foram hoje incluídos devido a uma reavaliação sobre a possibilidade de os cidadãos europeus, no epicentro da pandemia de Covid-19, apanharem voos a partir destes locais.

 

"Havia esperança do nosso lado que pudéssemos ver o histórico de viagens para resolver as preocupações sobre pessoas que se deslocavam do continente e iam para o Reino Unido e Irlanda para viajarem para os EUA, evitando o anúncio" da interdição, declarou o representante do Departamento de Segurança Interna.

 

"Ao operacionalizar esta decisão, chegámos à conclusão que a investigação das viagens não poderia ser gerida de forma eficaz do nosso lado", acrescentou.

 

Os cidadãos não americanos provenientes do espaço Schengen vão ser proibidos de viajar para os EUA devido à falta de controlo de fronteiras entre os países-membros, numa altura em que a Europa é considerada o novo epicentro da pandemia, com o maior número de casos.

 

O "travel ban" não se aplica aos cidadãos de nacionalidade americana, aos residentes permanentes nos EUA e respetivos familiares diretos, inclusive menores de 21 anos, a diplomatas ou ao transporte marítimo de mercadorias.

 

Os EUA contam atualmente com 2.345 casos de coronavírus confirmados, em 49 dos 50 Estados, e 50 mortes.

 

Os cidadãos americanos ou residentes permanentes que vão viajar para os EUA a partir dos países europeus, Irão e China, vão ser primeiramente direcionados para um de 13 aeroportos designados para proceder ao controlo.

 

Os 13 aeroportos a receber cidadãos vindos das áreas consideradas de risco vão realizar questionários sobre o estado de saúde e rastreios simples para detetar sintomas da doença provocada pelo coronavírus.

 

Se a entrada for considerada segura, os cidadãos prosseguem para os destinos finais, mas devem entrar em quarentena de 14 dias em casa. Caso se detetem sintomas da doença, serão assistidos no local por representantes do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), autoridade nacional de saúde pública.

 

O Presidente dos EUA declarou, na sexta-feira, o estado de emergência nacional e acionou a libertação de 50 mil milhões de dólares para o combate do vírus.

 

O Departamento de Segurança Interna declarou que tem expectativas sobre a grande redução de tráfego aéreo a partir da Europa, numa tentativa de prevenção e contenção do coronavírus.

 

Por exemplo, as viagens desde a Itália reduziram a entrada nos EUA, normalmente de sete mil pessoas por dia, para menos de duas mil.

 

O novo coronavírus matou pelo menos 5.764 pessoas em todo o mundo desde o seu surgimento em dezembro, na China.

 

Mais de 151.767 casos de infeção foram registados em 137 países e territórios desde o início da epidemia, que se tornou, entretanto, numa pandemia.

 

A China (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau), onde a epidemia eclodiu no final de dezembro, registou um total de 80.824 casos, incluindo 3.189 mortes e 65.541 curas.

 

Os países mais afetados depois da China são a Itália, com 1.441 mortes e 21.157 casos, o Irão, com 611 mortes (12.729 casos), Espanha com 183 mortes (5.753 casos) e a França, com 79 mortes (3.661 casos).

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