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Covid-19: Catarina Martins diz que BE “está solidário” com todas as medidas a adotar (ATUALIZADA)

LUSA
12-03-2020 17:04h

A coordenadora bloquista, Catarina Martins, garantiu hoje que o BE “está solidário” com todas as medidas que o Governo adote para conter a pandemia do Covid-19, inclusivamente nas escolas, defendendo que estas “devem ser bem explicadas e bem preparadas”.

A reunião entre o primeiro-ministro, António Costa, e delegação do BE, chefiada pela líder bloquista, Catarina Martins, durou cerca de uma hora, tendo sido este o segundo partido recebido na residência oficial.

“O BE está solidário com todas as medidas que devam ser adotadas, no âmbito das escolas ou outras, para conter esta pandemia, para proteger a população. O que nós transmitimos ao Governo é que todas as medidas devem ser bem explicadas e bem preparadas”, respondeu Catarina Martins aos jornalistas, quando questionada sobre a possibilidade de fechar as escolas.

Tal como Rui Rio, a líder do BE não revelou quais as medidas que foram transmitidas pelo Governo, deixando claro que o executivo “irá apresentar ao país um leque de medidas”.

“O BE não deixará de fazer sugestões nas áreas em que achamos que elas devem ser feitas. Aliás hoje fizemos algumas dessas sugestões. Achamos importante solidariedade para que as medidas sejam eficazes e sejam postas no terreno o mais depressa possível”, afirmou.

Entre as preocupações que os bloquistas deixaram hoje a António Costa, a primeira foi a necessidade de reforços dos cuidados de saúde, defendendo que “contratações e aquisições de equipamentos que são necessários devem ser feitos com autonomia e com rapidez”.

“Também achamos que, sendo necessário, não se deve pôr de parte a necessidade de requisição de meios, equipamentos e instalações ao setor privado”, revelou.

Em relação à economia e ao emprego, Catarina Martins considerou ser “muito importante garantir a manutenção do emprego e do rendimento e dos trabalhadores”.

A líder do BE fez questão de deixar “um apelo à responsabilidade individual”, uma vez que “perante uma pandemia os comportamentos individuais são importantíssimos”.

“E portanto nós só seremos capazes de proteger o nosso país de um cenário mais grave se todos compreendemos a importância da prevenção, dos cuidados de saúde, de acompanharmos os conselhos da DGS, ligar para a linha de Saúde 24, ter o afastamento social necessário para não propagarmos o vírus uns aos outros”, alertou.

A intervenção de Catarina Martins na residência oficial do primeiro-ministro começou com um agradecimento a “todos os profissionais de saúde que têm sido incansáveis”.

“Julgo que temos todos uma enorme gratidão para com os profissionais de saúde”, destacou.

O primeiro-ministro, António Costa, interrompeu hoje a reunião do Conselho de Ministros para informar e ouvir a opinião dos líderes partidários sobre as medidas do Governo de resposta ao surto de Covid-19.

À chegada à residência oficial de São Bento, cerca das 12:30, hora prevista para receber Rui Rio, presidente do PSD, Costa afirmou ser importante ouvir os líderes dos partidos com assento parlamentar, dado que este é um tema em que deveria existir um consenso.

Depois das 20:00, afirmou, são retomados os trabalhos no Conselho de Ministros e serão anunciadas as medidas.

O novo coronavírus responsável pela Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.600 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde a declarar a doença como pandemia.

O número de infetados ultrapassou as 125 mil pessoas, com casos registados em cerca de 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 78 casos confirmados.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou hoje o número de infetados, que registou o maior aumento num dia (19), ao passar de 59 para 78, dos quais 69 estão internados.

O boletim divulgado hoje assinala também que há 133 casos a aguardar resultado laboratorial e 4.923 contactos em vigilância, mais 1.857 do que na quarta-feira.

No total, desde o início da epidemia, a DGS registou 637 casos suspeitos.

O Conselho Nacional de Saúde Pública recomendou na quarta-feira que só devem ser encerradas escolas públicas ou privadas por determinação das autoridades de saúde.

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