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Covid-19: PS/Madeira quer "medidas assertivas" e não "reações ao sabor do vento" do Governo Regional

LUSA
12-03-2020 12:13h

O presidente do grupo parlamentar do PS na Assembleia Legislativa da Madeira, Miguel Iglésias, disse hoje que o Governo Regional deve tomar "medidas assertivas" e "não reagir ao sabor do vento" para enfrentar a pandemia Covid- 19.

"Necessitamos de liderança e mão firme para darmos confiança à população que as instituições públicas e o seu governo tudo estão a fazer e farão para limitar ao máximo o seu surgimento na Região Autónoma da Madeira", declarou o deputado.

Para Miguel Iglésias, a região precisa de "indicações claras e precisas da Autoridade Regional de Saúde", que deverá emanar e justificar "todas as medidas de saúde pública, de prevenção, de contenção ou de combate a esta pandemia".

"Não podemos reagir ao sabor do vento, não podemos decidir casuisticamente e em constante reação política", observou.

O líder parlamentar do PS/Madeira lembrou as medidas anunciadas na quarta-feira pelo Governo Regional "para melhor prevenção de um possível surto na Região", dizendo confiar que "todas essas medidas foram pensadas, avaliadas e refletidas por um conjunto alargado de profissionais, seja do governo, seja da saúde, seja do setor económico, da educação ou outras áreas".

"Contamos que as principais prioridades sejam a saúde da nossa população, em primeiro lugar, e, depois, a salvaguarda possível nos nossos setores económicos e produtivos", acrescentou.

Miguel Iglésias salientou serem precisas medidas de "prevenção" de "apoio ao tecido empresarial" que, observou, "sentirá brevemente um enorme impacto de toda esta crise".

"Temos de ser claros, temos de ser transparentes e temos de comunicar todos os factos com que nos debatemos e que devem ser transmitidos publicamente aos cidadãos e às empresas", alertou.

O parlamentar manifestou ainda as suas preocupações relativamente à saúde pública, nomeadamente "a constante limpeza e desinfeção dos principais espaços das repartições públicas e de atendimento ao público"; "a constante limpeza e desinfeção dos meios de transporte coletivos da Região, em particular dos autocarros, onde circulam milhares de pessoas"; e a existência de "um plano específico para o Aeroporto Internacional da Madeira, por onde passam milhares de pessoas diariamente".

"Quais serão as medidas específicas regionais de apoio às empresas, além das que foram anunciadas a nível nacional pelo Governo da República? Quais as medidas que estão a ser planeadas em caso de restrições severas à circulação de pessoas, nomeadamente para apoio às famílias, e de salvaguarda dos seus direitos e rendimentos?", foram perguntas deixadas por Miguel Iglésias.

O deputado manifestou igualmente o seu receio de que a "maioria da população" não esteja ainda "devidamente informada de todos os riscos e dos comportamentos que deve adotar".

"É necessário um reforço dessa comunicação e deve-se alocar todos os recursos necessários também para esse fim", sublinhou, reconhecendo, porém, que "nem tudo depende das medidas tomadas pelo Governo".

"Os cidadãos individualmente têm uma enorme responsabilidade. Sigam, por favor, todas as indicações e conselhos das autoridades de saúde", exortou, elogiando o trabalho já desenvolvido pela Assembleia Legislativa e pelo seu presidente no que diz respeito "ao plano de contingência e medidas já adotadas em casos particulares".

"Também aqui temos de ser um exemplo para os madeirenses e porto-santenses e devemos tomar as medidas necessárias para esse desiderato. Juntos certamente conseguiremos ultrapassar este momento, mais fortes e mais coesos", concluiu.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a doença Covid-19, provocada pelo novo coronavírus, que surgiu na China em dezembro de 2019, como pandemia.

Portugal registava na quarta-feira 59 casos de infeção pelo novo coronavírus. A região Norte continua a registar o maior número de casos confirmados (36), seguida da Grande Lisboa (17) e das regiões Centro e do Algarve (três cada).

As medidas já adotadas em Portugal para conter a pandemia incluem, entre outras, a suspensão das ligações aéreas com a Itália, a suspensão ou condicionamento de visitas a hospitais, lares e prisões, e a realização de jogos de futebol sem público.

Em todo o mundo, o novo coronavírus já infetou mais de 124 mil pessoas e provocou mais de 4.500 mortos.

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