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Covid-19: Adiada entrega dos Prémios Sophia do cinema português e festival MIL cancelado

LUSA
11-03-2020 19:02h

A cerimónia de entrega dos Prémios Sophia 2020, agendada para 22 de março, foi adiada "até que o problema do coronavírus esteja solucionado", anunciou hoje a Academia Portuguesa de Cinema, que atribui os galardões.

A cerimónia de entrega dos Prémios Sophia foi "adiada em prol da saúde pública", lê-se no comunicado divulgado pela Academia.

A 4.ª edição do Festival MIL - Lisbon International Music Network, que é também uma convenção dedicada à promoção e internacionalização da música dos países de língua portuguesa, anunciada para os próximos dias 25 a 27 deste mês, em Lisboa, foi cancelada, de acordo com o comunicado da organização, hoje divulgado.

O adiamento da entrega dos Prémios Sophia, que decorreria no Casino Estoril, dentro de duas semanas, foi decidido "no seguimento do Plano de Contingência e das recomendações da Direção-Geral da Saúde, do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doençase do Governo português", adianta a Academia Portuguesa de Cinema.

A 8.ª edição "será reagendada em data a anunciar oportunamente", conclui a academia.

As nomeações para os Prémios Sophia, conhecidas no passado dia 18 de fevereiro, são lideradas por "Variações", de João Maia, sobre o músico António Variações. O filme reúne 17 indicações, seguido de "A Herdade", de Tiago Guedes, com 15, e de "Vitalina Varela", de Pedro Costa, e "Diamantino", de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, com seis nomeações.

O "plano nacional de contingência para o coronavírus" determinou também o cancelamento do 4.º MIL - Lisbon International Music Network, marcado os próximos dias 25 a 27, em nove salas da zona do Cais do Sodré.

"Na sequência das diretrizes estabelecidas pela Direção-Geral da Saúde (...), é com grande tristeza que informamos que a quarta edição do MIL será cancelada", lê-se no comunicado divulgado esta noite, pela organização.

"Não temos palavras para agradecer a todos os artistas, salas de espetáculo e parceiros institucionais, internacionais, media e de produção que trabalharam connosco de forma incansável para fazer desta uma edição memorável", prossegue o comunicado.

O programa incluía atuações de 70 artistas, numa "mostra das mais recentes tendências da música popular", para o público e para profissionais da indústria discográfica, como foi anunciado, no início do ano.

O Festival MIL previa atuações de músicos como Uma Lambada de Batida, Felipe Cordeiro e Mary Feliciano, Aurora Pinho, Fado Bicha e David Bruno, Vaiapraia, Marinho, Mondau, Ganso, Castilho e Cancro.

Estavam também anunciadas as participações dos brasileiros Black Pantera, Drik Barbosa, Guitarrada das Manas, Giovani Cidreira e Trap, Funk e Alívio, dos espanhóis Amparito e EJ Marais e dos franceses Bison Bisou e La Chica, entre muitos outros artistas.

"É inegável o forte impacto global que esta epidemia está a ter sobre todas os setores da sociedade. As consequências para o setor cultural e a circulação de artistas são já bem visíveis a nível nacional e internacional. Queremos deixar uma mensagem de força e solidariedade a todas as salas de espetáculo, clubes, festivais, artistas e demais intervenientes", concluiu a organização do festival, garantindo que "o Cais do Sodré voltará a ficar a MIL em 2021".

Em Portugal há 41 pessoas infetadas com o novo coronavírus, mais duas face ao balanço feito na segunda-feira. A maioria dos casos concentra-se na região Norte.

O novo coronavírus, detetado em dezembro na China, é uma família de vírus que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.

A Covid-19, que atingiu cerca de uma centena de países de cinco continentes, foi declarada como emergência de saúde pública internacional pela Organização Mundial de Saúde.

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