O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu hoje o “reforço” de meios e profissionais que permita ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) dar “uma resposta cabal” ao “problema” do surto de Covid-19 em Portugal.
“Em primeiro lugar, é importante combater o alarmismo, isto não invalida que haja quebra de preocupação, antes pelo contrário”, começou por dizer Jerónimo de Sousa, frisando depois que deveriam ser consideradas "todas as medidas de prevenção necessárias a que essa prevenção tenha efeito concreto na vida e na saúde dos portugueses”.
“Consideramos que uma das medidas é o necessário reforço de meios, de profissionais de saúde que permitam que o SNS dê uma resposta cabal a este problema”, precisou o líder comunista, que falava aos jornalistas após um encontro sobre reposição de freguesias na aldeia de Vale de Vargo, no concelho de Serpa, distrito de Beja.
Em simultâneo, continuou, também é necessário “medidas que não levem a que, aproveitando e à boleia deste problema sério, se ataquem salários e direitos dos trabalhadores”.
“Cremos [PCP] que isso é fundamental, porque a vida mostrou que a economia avança e os problemas resolvem-se quando há valorização dos salários e dos direitos e não o contrário”, frisou.
Jerónimo de Sousa defendeu ainda que “devemos estar preocupados” com o “problema” do surto de Covid-19, “mas não em termos de alarme, porque isso não ajuda ao combate que todos temos de travar”.
A epidemia de Covid-19 foi detetada no passado mês de dezembro, na China, e já provocou mais de 4.000 mortos. Cerca de 114 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países e mais de 63 mil recuperaram.
Segundo a Direção-Geral da Saúde, Portugal regista 41 casos confirmados de infeção.
Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, com 463 mortos e mais de 9.100 contaminados pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.
O Governo português decidiu suspender todos os voos com destino ou origem nas zonas mais afetadas em Itália, recomendando também a suspensão de eventos em espaços abertos com mais de 5.000 pessoas.