Macau vai acolher uma caminhada e corrida para angariar fundos contra a poliomielite, anunciou o Rotary Club local, uma semana depois da Faixa de Gaza ter registado o primeiro caso da doença em 25 anos.
Num comunicado divulgado no domingo, os oito clubes Rotary da região semiautónoma chinesa disseram que o evento vai decorrer na manhã de 20 de outubro, no Parque Natural da Barragem de Hac Sá, na ilha de Coloane.
Os organizadores disseram esperar, até à data final de 04 de outubro, a inscrição de pelo menos 400 participantes, que terão de doar um mínimo de 150 ou 300 patacas (entre 17 e 34 euros), dependendo da escolha entre a caminhada ou a corrida.
Todos os fundos serão transferidos para o fundo PolioPlus, do movimento internacional Rotary, que ajuda a financiar a compra de vacinas e campanhas de vacinação de crianças em todo o mundo.
O comunicado referiu que os membros do Rotary já contribuíram mais de 1,2 mil milhões de dólares (1,09 mil milhões de euros) para proteger três mil milhões de crianças desta doença em 122 países e territórios.
O Rotary assinala anualmente o Dia Mundial de Combate à Poliomielite, a 24 de outubro, homenageando o nascimento de Jonas Salk (1914–1995), que desenvolveu uma das primeiras vacinas contra a poliomielite.
O movimento diz que, desde 1979, pressionou os governos mundiais a comprometerem-se a investir mais de dez mil milhões de dólares (mais de nove mil milhões de euros) para erradicar a doença no planeta.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a poliomielite continua a ser endémica apenas no Afeganistão e no Paquistão, depois de a Nigéria ter declarado a sua erradicação em 2020.
A poliomielite é uma doença altamente contagiosa, transmitida principalmente por via fecal e oral, através de água contaminada, e que afeta sobretudo crianças até aos 5 anos, podendo causar paralisia ou morte, referiu a OMS.
Em 31 de agosto, a OMS lançou uma campanha de vacinação contra a poliomielite de todas as crianças até aos 5 anos na Faixa de Gaza, após ter sido detetado o primeiro caso da doença em 25 anos, num bebé de dez meses que ficou paralisado numa perna.
O Rotary Club de Macau disse que este caso “sublinha a importância de continuar os esforços para manter outros países livres de poliomielite”.
“Se todos os esforços de erradicação terminassem hoje, a poliomielite poderia paralisar até 200 mil crianças por ano no espaço de uma década”, sublinhou a organização.
“Todos os países continuam a enfrentar o risco da poliomielite até que a doença seja erradicada do mundo”, concluiu o Rotary Club de Macau.