A 12ª edição do Kriol Jazz Festival, marcada para abril em Cabo Verde, foi adiada ainda sem data definida, por causa do novo coronavírus, anunciou hoje a organização, enquanto outros eventos culturais semelhantes continuam em ‘stand by’ no país.
"Estamos preocupados com a saúde pública em Cabo Verde e já concertámos com a Harmonia, nossa parceira, e com o Governo e vamos suspender o Kriol Jazz", disse o vereador da Cultura da Câmara Municipal da Praia, António Lopes da Silva, ao jornal Expresso das Ilhas.
O autarca adiantou que o evento cultural não vai ser realizado nos dias 11, 16, 17 e 18 de abril, mas sim em outra data, ainda por indicar.
Este ano, o Kriol Jazz Festival (KJF) tem na agenda música de 13 países e uma homenagem à morna, género musical cabo-verdiano que em dezembro foi classificado como património imaterial da humanidade.
O KJF acontece depois do Atlantic Music Expo (AME), uma feira internacional que reúne centenas de participantes na cidade da Praia, e que também está em ‘stand by’, segundo a organização.
O responsável pela produção do AME, Augusto Veiga, disse hoje que a organização está à espera de indicações do Governo para tomar medidas conforme o evoluir da situação da doença.
Ainda este mês, está previsto na cidade da Praia o festival Grito Rock Praia, mas o produtor do evento, César Freitas, disse também que a organização está à aguardar decisão por parte do Ministério da Saúde.
Hoje de manhã, durante a apresentação de um plano nacional de contingência para prevenção e controlo do Covid-19, o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, anunciou que serão cancelados até 30 de junho todos os eventos internacionais no país, que reúnam números elevados de participantes vindos de países assinalados com a epidemia.
"Também esta é uma decisão que será sujeita a avaliação periódica da situação da epidemia a nível global e a nível de determinados países", prosseguiu o primeiro-ministro, para quem a melhor opção que o país tem é preparar-se para "qualquer eventualidade".
A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.000 mortos.
Cerca de 114 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 63 mil recuperaram.
Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, com 463 mortos e mais de 9.100 contaminados pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.
A quarentena imposta pelo governo italiano ao Norte do País foi alargada a toda a Itália.
Portugal regista 41 casos confirmados de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde.