Israel prosseguia hoje, pelo sexto dia consecutivo, a incursão militar quer na cidade, quer no campo de refugiados de Jenin, no norte da Cisjordânia ocupada, que já causou perto de 30 mortos, de acordo com as autoridades palestinianas.
O serviço de emergência do Crescente Vermelho Palestiniano reportou hoje à tarde um novo ferido em estado grave, depois de ter sido baleado durante a incursão militar de Israel na cidade de Qabatiya, a sul de Jenin.
As Forças Armadas de Israel (IDF), adiantaram, por sua vez, que atacaram, em colaboração com a agência de inteligência interna (Shin Bet), uma "célula terrorista", acrescentando, pouco depois, que mataram 14 milicianos e realizaram 25 detenções.
As IDF referiram ainda que localizaram um esconderijo subterrâneo de armas e cerca de 30 engenhos explosivos, alguns dos quais já estavam enterrados nas ruas "para prejudicar os militares e pôr em perigo os civis na zona".
No decurso destas operações militares, “terroristas lançaram explosivos contra os militares a partir do telhado de uma mesquita”.
“É uma nova prova da utilização da infraestrutura civil para perpetrar os seus ataques terroristas”, denunciaram ainda.
O Ministério da Saúde ligado à Autoridade Palestiniana indicou hoje que as operações das forças israelitas fizeram até ao momento 29 mortos e 121 feridos.
Também na tarde de hoje as tropas israelitas voltaram a invadir as ruas da já danificada cidade de Tulkarem, no norte da Cisjordânia, provocando uma extensa destruição das infraestruturas com escavadoras, o que provocou um corte de água, segundo as autoridades locais.
O hospital governamental Martyr Thabet e o Hospital Especializado Al Israee também foram cercados pelas forças israelitas, segundo a agência de notícias palestiniana Wafa.
Os serviços de emergência do Crescente Vermelho Palestiniano denunciaram hoje, mais uma vez, que as tropas continuam a impedir que as suas ambulâncias cheguem aos feridos e doentes, em particular ao campo de Jenin, e acusaram-nos de ataques diretos.
De acordo com as mesmas fontes, além do bloqueio de centros médicos, registaram-se também numerosos ataques a casas, com detenções e, segundo fontes palestinianas, pilhagens e interrogatórios em que residentes palestinianos relataram “maus tratos”.
Mais de uma centena de soldados israelitas, ‘snipers’, ‘drones’ e veículos blindados invadiram na quarta-feira e manhã Jenin, e também as cidades e campos de Tubas e Tulkarem, para iniciar uma operação antiterrorista, de acordo com as IDF, que a apelidou "Operação Campos de Férias”.
O porta-voz da Presidência da Autoridade Palestiniana, Nabil Abu Rudeina, alertou para os “resultados perigosos” da “escalada da guerra israelita na Cisjordânia, a que se junta o genocídio na Faixa de Gaza”, enquanto o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) denunciou “uma tentativa” de “expandir a guerra brutal de extermínio em Gaza para incluir cidades, vilas e campos de refugiados na Cisjordânia ocupada”.
Após o ataque do Hamas, a 07 de outubro, que desencadeou a guerra em Gaza, o Exército israelita intensificou as suas já frequentes incursões na Cisjordânia ocupada e, desde então, mais de 660 palestinianos morreram em incidentes violentos com Israel, incluindo cerca de 150 menores, segundo um balanço da Efe com dados dos serviços de saúde palestinianos.