As procissões e concertos da Quaresma e Semana Santa de Braga foram canceladas e as celebrações litúrgicas previstas para a catedral vão ter lugar, mas "poderá não ser permitida a participação dos fiéis", anunciou hoje a Arquidiocese de Braga.
Em comunicado enviado à Lusa, a Arquidiocese de Braga explica que as alterações, decididas pela Comissão da Quaresma e Solenidades da Semana Santa de Braga, em reunião com o arcebispo, Jorge Ortiga, têm em conta "as recomendações nacionais dadas pela ministra da Saúde" sobre a prevenção da propagação do Covid-19.
Segundo o texto, as novas orientações dizem respeito às celebrações da Quaresma, Semana Santa em Braga e "alargam-se a todo o território da Arquidiocese de Braga".
No que concerne à Semana Santa em Braga, "ficam canceladas as procissões e os concertos da Quaresma e Semana Santa, manter-se-á o ambiente decorativo nas ruas, assim como a abertura dos calvários" pedindo-se aos "comerciantes que decorem as suas montras com motivos alusivos a esta quadra".
Quanto às celebrações litúrgicas, explica a arquidiocese, "acontecerão dentro da Catedral, com a toda a dignidade e esplendor que as caracterizam" mas, alerta, "se as condições exigirem cuidados especiais, não será permitida a participação de fiéis, a não ser os necessários para os serviços litúrgicos".
A Arquidiocese apela à "máxima compreensão".
"Nunca podemos, nem devemos, cair em alarmismos, mas a ninguém é permitido subestimar a gravidade da situação. A responsabilidade de vencer esta epidemia é de todos e de cada um. Rezemos pelos doentes, pelos seus familiares, pelos médicos e por todos profissionais de saúde, invocando a proteção de Maria, Saúde dos Enfermos e Mãe de Misericórdia", termina.
A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.000 mortos.
Cerca de 114 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 63 mil recuperaram.
Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, com 463 mortos e mais de 9.100 contaminados pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.
A quarentena imposta pelo governo italiano ao Norte do País foi alargada a toda a Itália.
O Governo português decidiu suspender todos os voos com destino ou origem nas zonas mais afetadas em Itália, recomendando também a suspensão de eventos em espaços abertos com mais de 5.000 pessoas.
A China registou segunda-feira mais uma queda no número de novos casos de infeção, 19, face a 40 no dia anterior, somando agora um total de 80.754 infetados e 3.136 mortos, na China Continental.
Portugal regista 41 casos confirmados de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
A DGS comunicou também que em Portugal se atingiu um total de 375 casos suspeitos desde o início da epidemia, 83 dos quais ainda a aguardar resultados laboratoriais.
Face ao aumento de casos, o Governo ordenou a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte, até agora a mais afetada.
Foram também encerrados alguns estabelecimentos de ensino, sobretudo no Norte do País, assim como ginásios, bibliotecas, piscinas e cinemas.