O PAN vai apresentar um projeto de resolução no qual recomenda ao Governo a criação de uma linha telefónica específica para encaminhar casos suspeitos e informar sobre o surto de Covid-19, foi hoje anunciado.
Em declarações aos jornalistas, na Assembleia da República, em Lisboa, a deputada Bebiana Cunha apontou que na segunda-feira houve “58% de chamadas não atendidas” na Linha SNS 24, ou seja, foram “15.072” os telefonemas que não foram atendidos.
“Isto é preocupante e nós entendemos que deve ser criada uma linha direta, especificamente sobre o coronavírus, em que as pessoas que tenham dúvidas, que tenham sintomas que, no fundo, queiram esclarecimentos - onde se dirigir, o que fazer – contactem diretamente esta linha”, anunciou.
Esta proposta ao Governo chefiado pelo socialista António Costa, que será apresentada “o quanto antes” no parlamento, “visa dois aspetos fundamentais”: “dar uma resposta direta, que é imprescindível nesta fase, e também descongestionar a Linha SNS 24”, justificou a deputada.
“Para o PAN, esta resposta é fundamental porque as pessoas têm de ter uma resposta direta, uma forma de aceder”, considerou, salientando que “um episódio novo, um vírus novo requer medidas novas, isto é inevitável”.
“Esperamos que o Governo aceite, visto a situação que vivenciamos, que é uma situação que nos preocupa a todos e que nos deve mobilizar”, advogou a deputada do PAN.
A par da criação desta nova “linha direta, uma pré-linha específica para este assunto”, a eleita defendeu igualmente o reforço de recursos humanos no Serviço Nacional de Saúde e na Linha SNS 24, atualmente em funcionamento.
“É inadmissível e inaceitável que 15.072 pessoas fiquem sem resposta e, obviamente isto não que ver com a responsabilidade dos profissionais associados à Linha SNS 24, tem a ver com a falta de recursos disponíveis para dar resposta a este assunto”, assinalou.
E prometeu que o executivo continuará a reforçar este serviço para dar resposta às solicitações numa altura em que Portugal tem 41 casos confirmado de novo coronavírus.
Portugal regista 41 casos confirmados de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
A DGS comunicou também que em Portugal se atingiu um total de 375 casos suspeitos desde o início da epidemia, 83 dos quais ainda a aguardar resultados laboratoriais.
Face ao aumento de casos, o Governo ordenou a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte, até agora a mais afetada.
Foram também encerrados alguns estabelecimentos de ensino, sobretudo no Norte do País, assim como ginásios, bibliotecas, piscinas e cinemas.
Os residentes nos concelhos de Felgueiras e Lousada, no distrito do Porto, foram aconselhados a evitar deslocações desnecessárias.