Um cidadão belga é o primeiro caso do novo coronavírus diagnosticado na República Democrática do Congo (RDCongo), anunciou hoje o ministro da Saúde congolês, Eteni Longondo.
"Trata-se de um cidadão belga que está cá há alguns dias e que estamos a seguir. Os resultados dos exames deram positivo", disse o ministro, adiantando que o doente foi detetado na capital Kinshasa e está hospitalizado.
"Estamos a rastrear as pessoas com quem esteve em contacto para que sejam todas colocadas em isolamento e testadas", acrescentou.
Kinshasa tem voos diretos para Bruxelas e Paris e à saída dos aviões está a ser medida a temperatura aos passageiros, que são ainda sujeitos a um questionário médico.
Kinshasa é a terceira maior cidade de África, contando com mais de 10 milhões de habitantes.
O primeiro caso de coronavírus na RDCongo surge numa altura em que o país está em contagem decrescente para o fim da epidemia de Ébola, localizada na região do Kivu do Norte.
A epidemia de Ébola já matou 2.264 pessoas desde agosto de 2018 e foi classificada como emergência de saúde pública pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Há três semanas que não é registado qualquer caso de Ébola na RDCongo e o fim da epidemia deverá ser oficialmente declarado em 12 de abril se não se registarem novos casos até essa data, segundo a OMS.
Com o caso de Covid-19 registado na RDcongo, são agora 11 os países africanos - sete dos quais na África subsaariana - que registam casos declarados da doença - África do Sul, Argélia, Burkina Faso, Camarões, Egito, Marrocos, Nigéria, República Democrática do Congo, Senegal, Tunísia e Togo.
A maioria dos mais de 90 casos registados concentra-se no Egito.
A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.000 mortos.
Cerca de 114 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 63 mil recuperaram.
Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, com 463 mortos e mais de 9.100 contaminados pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.
A China registou segunda-feira mais uma queda no número de novos casos de infeção, 19, face a 40 no dia anterior, somando agora um total de 80.754 infetados e 3.136 mortos, na China continental.
Portugal regista 41 casos confirmados de infeção, mais dois do que os contabilizados na segunda-feira, anunciou hoje a Direção-Geral da Saúde.
De acordo com o boletim sobre a situação epidemiológica em Portugal, divulgado hoje, há 375 casos suspeitos, dos quais 83 aguardam resultado laboratorial.
Há ainda 667 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.