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Burundi regista primeiros casos de varíola dos macacos

LUSA
25-07-2024 20:18h

O Ministério da Saúde do Burundi anunciou hoje ter identificado três casos de varíola dos macacos, os primeiros neste país dos Grandes Lagos.

As autoridades do Burundi foram alertadas, em 22 de julho, para três "casos suspeitos" em dois hospitais de Kamenge, um bairro popular da capital económica Bujumbura, e no bairro de Isare, limítrofe da cidade, indicou o ministério em comunicado.

"As três amostras deram positivo para o vírus da varíola dos macacos", disse. 

Os doentes estão a ser tratados, com uma boa progressão, e os seus casos de contacto já foram assinalados e estão a ter acompanhamento.

Em 11 de julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para a ameaça que a doença representa para a saúde mundial, manifestando a sua preocupação com um surto de uma nova estirpe do vírus, mais mortal, na República Democrática do Congo (RDCongo), que faz fronteira com o Burundi.

Esta epidemia "não dá sinais de abrandamento", declarou o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

De acordo com a OMS, foram registados, na altura, 11.000 casos, incluindo 445 mortes, sendo as crianças as mais afetadas.

"Existe o risco de o vírus atravessar as fronteiras e continuar a circular", afirmou a especialista da OMS, Rosamund Lewis.

O Mpox foi descoberto pela primeira vez em humanos em 1970 no que é hoje a RDCongo, com a propagação do subtipo Clade I, que desde então tem sido confinado principalmente a países da África Ocidental e Central, onde os pacientes são geralmente infetados por animais que possuem o vírus.

No entanto, em maio de 2022, ocorreram infeções pelo vírus Mpox em todo o mundo, afetando principalmente homens homossexuais e bissexuais. O subtipo responsável foi o Clade II.

Desde setembro de 2023, uma nova estirpe do Clade, ainda mais mortal, tem vindo a espalhar-se na RDCongo. Os testes revelaram que se trata de uma nova variante, resultado de uma mutação do Clade I, denominada Clade Ib.

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