O gabinete do presidente da assembleia anunciou também que na próxima semana “a atividade parlamentar será cancelada”, de modo a preparar as salas da assembleia em Bruxelas para o novo sistema de votação que vai ser implementado no quadro das medidas de prevenção adotadas pela instituição.

A próxima sessão parlamentar decorrerá na capital belga apenas na tarde de 01 de abril e na manhã de dia 02.

Estas decisões foram tomadas hoje pela Conferência de Presidentes da assembleia e são justificadas como medida preventiva de segurança e de saúde pública face ao surto do novo coronavírus.

A atual sessão plenária do Parlamento Europeu, que deveria realizar-se ao longo da semana em Estrasburgo, também mudou daquela localidade francesa para Bruxelas e encurtada para apenas um dia, hoje, tendo todas as votações sido adiadas, já que tal implicaria a concentração de mais de 700 eurodeputados no hemiciclo, quando o protocolo de saúde adotado pela assembleia recomenda a deputados e outros funcionários que guardem pelo menos um metro de distância entre si.

Hoje mesmo, o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, anunciou que vai permanecer de quarentena voluntária e trabalhar de casa nas próximas duas semanas, como medida de precaução após ter estado no fim de semana em Itália, o país europeu mais afetado pelo surto de Covid-19.

“As novas orientações introduzidas pelo Governo italiano estendem a área protegida a todo o território nacional. Tal acarreta consequências importantes para o comportamento dos deputados italianos ao Parlamento Europeu. Por essa razão, após ter estado em Itália no último fim de semana, decidi como precaução seguir as medidas indicadas e exercer as minhas funções de presidente desde a minha casa em Bruxelas, em cumprimento dos 14 dias [de quarentena] indicados pelo protocolo de saúde”, anunciou.

Também o Conselho da União Europeia anunciou hoje o adiamento, para data a determinar, do Conselho de ministros do Comércio da UE que estava agendado para a próxima quinta-feira, o mesmo devendo suceder com a reunião de ministros da Justiça da UE prevista para sexta-feira, mantendo-se apenas a de ministros do Interior, no mesmo dia, num momento de crise migratória na fronteira greco-turca.

A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.000 mortos.

Cerca de 114 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 63 mil recuperaram.

Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, com 463 mortos e mais de 9.100 contaminados pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.

A quarentena imposta pelo governo italiano ao Norte do País foi alargada a toda a Itália.