A Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação (SPMFR) entregou na sexta-feira à tutela um plano para reorganizar a área, considerando que é desigual o acesso a estes cuidados no país, foi hoje divulgado.
Em comunicado, a associação refere que uma das medidas previstas no Plano Nacional de Reabilitação é “garantir a acessibilidade e continuidade dos cuidados de reabilitação em todos os níveis de cuidados através da criação de novas estruturas e integrando equipas multiprofissionais”.
“Há uma grande iniquidade no acesso aos cuidados de reabilitação e faltam equipas multiprofissionais para garantir o tratamento de todas as sequelas”, afirma o presidente da SPMFR, Renato Nunes, citado no comunicado.
Para a SPMFR, é prioritário o investimento nos cuidados de saúde primários como base do sistema de saúde e melhorar a coordenação entre hospitais, centros especializados, centros de saúde e unidades de cuidados continuados.
Lembrando que “o acesso à reabilitação é um direito de todos consagrado na Carta das Nações Unidas”, a associação propõe ainda que se invista na formação contínua dos profissionais da área da Medicina Física e de Reabilitação, que sejam criados modelos de avaliação de resultados e se promova a investigação.
Implementar tecnologias de informação para melhorar a acessibilidade, a gestão dos cuidados e facilitar a comunicação entre profissionais é outra das medidas incluídas naquele plano.
“É necessário reorganizar a rede que existe e garantir que em todas as tipologias e cadeia de cuidados existam meios e uma equipa coordenada por um médico fisiatra”, adianta Renato Nunes.
Segundo o comunicado da associação, “dados de 2019 demonstram que a extensão da cobertura de cuidados de saúde em Portugal foi estimada em 61%, abaixo da média da OCDE (74%), com destaque negativo para os cuidados médicos ambulatórios, incluindo os de reabilitação” e a situação “não terá sofrido grandes alterações”.
A SPMFR salienta que os cuidados de reabilitação reduzem a despesa geral em saúde e evitam complicações incapacitantes, promovendo a integração dos doentes na sociedade e na vida profissional.