O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, considerou hoje estrutural na cooperação com São Tomé e Príncipe o programa “Saúde para Todos” e defendeu que deve ser apoiado e reforçado.
O projeto, para ajudar a consolidar o sistema nacional de saúde de São Tomé e Príncipe, é implementado pelo Instituto Marquês de Valle Flôr (IMVF) e financiado pelo Camões - Instituto da Cooperação e da Língua.
“Funciona de modo exemplar, merece ser muito apoiado e reforçado”, afirmou Paulo Rangel numa visita ao projeto, num dia de agenda completa dedicada às relações bilaterais, numa visita oficial a São Tomé que precede o Conselho de Ministro da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), na sexta-feira.
Confessando-se “sinceramente impressionado” com o que viu, realçou que este “é talvez aquele projeto que se reflete mais diretamente no bem-estar, na qualidade de vida das populações”.
Numa visita ao Hospital Central Dr. Ayres de Menezes, o ministro conheceu este projeto de cooperação “com impacto muito, muito importante”, insistiu, e que tem benefícios também para Portugal, já que os médicos e outros profissionais de saúde que nele trabalham “também eles aprendem muito com os dados que recolhem daqui com os profissionais que aqui estão”.
O chefe da diplomacia portuguesa fez estas declarações aos jornalistas no Palácio Presidencial, no final de uma audiência com o Presidente da República de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, a quem agradeceu a presença nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril e com quem abordou temas das relações bilaterais e cooperação.
Um dos temas tratados, destacado por Paulo Rangel, foi a necessidade de São Tomé desenvolver projetos na área das energias renováveis, que podem ser apoiados no âmbito do acordo de conversão da dívida que Portugal celebrou com este país africano.
Este tema tinha já sido antes tratado na reunião de trabalho com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades são-tomense, Gareth Guadalupe, com que o ministro português dos Negócios Estrangeiros iniciou os encontros ao mais alto nível nesta visita, e também numa audiência com o primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada.
Gareth Guadalupe, que também fez declarações aos jornalistas, tinha referido que a cooperação de Portugal é já muito relevante e realçou a importância do acordo de conversão da dívida de São Tomé a Portugal, assinado em 2023 durante a COP28.
O ministro de São Tomé e Príncipe avançou que vão ser identificados projetos a financiar no âmbito do acordo já “naquilo que tem a ver com o serviço da dívida de São Tomé e Príncipe em 2024 e 2025”.
Portugal acordou, nesse âmbito, com Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, em 2023, um alívio com troca da dívida bilateral por investimentos climáticos e sustentáveis no mesmo valor, sendo que o acordo assinado com Cabo Verde prevê 12 milhões de euros e o de São Tomé e Príncipe é de 3,5 milhões de euros.
Esta visita oficial precede o Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorre sexta-feira em São Tomé, país que preside atualmente à organização que junta Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Portugal, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.