O hospital de campanha que a Cruz Vermelha mantém em Rafah, no sul de Gaza, está a funcionar no limite da sua capacidade, alertaram hoje responsáveis da organização humanitária com sede em Genebra.
O aumento da capacidade ficou a dever-se ao internamento dos feridos do recente ataque israelita contra o campo de deslocados de Al Mawasi, no enclave palestiniano e que causou mais de uma centena de mortos.
O Comité Internacional da Cruz Vermelha indicou hoje que 26 feridos deste ataque foram transportados para a instalação médica de campanha montada em Rafah, com capacidade para 60 pacientes, sendo que desde maio a infraestrutura tem respondido a um aumento cada vez maior de internamentos, em virtude da guerra.
"Os ataques levaram a nossa capacidade de resposta até ao limite em todas as instalações de saúde (da Cruz Vermelha) no sul da Faixa de Gaza", disse o chefe local da delegação do organismo, William Schomburg.
"Outro incidente deste tipo [ataque de grande escala] pode obrigar os nossos médicos e enfermeiros a tomar decisões muito difíceis", acrescentou sem especificar.
Segundo o Comité Internacional da Cruz Vermelha, muitos pacientes atendidos após o ataque contra Al Mawasi apresentavam ferimentos provocados por estilhaços tendo sido submetidos a intervenções cirúrgicas de urgência.
A organização humanitária referiu também que, na semana passada, o departamento de consultas do hospital de campanha de Rafah atendeu 850 doentes, na maioria mulheres e crianças deslocados do local onde residiam.