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Níger: Inundações devido às chuvas já fizeram 53 mortos e 18.000 desalojados - ONU

LUSA
17-07-2024 20:02h

As inundações causadas pelas fortes chuvas no Níger, um país do deserto do Sahel que está a sofrer o impacto das alterações climáticas, causaram 53 mortos e 18.000 desalojados desde junho, anunciaram hoje as Nações Unidas.

Um relatório anterior, publicado a 20 de junho pelo Ministério do Interior do Níger, apontava para 21 mortos e cerca de 6.000 pessoas afetadas em todo o país.

“Até 15 de julho de 2024 as inundações tinham provocado 53 mortos [e] 2.501 agregados familiares, com um total de 18.098 pessoas, afetadas”, segundo um relatório do Gabinete das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários (OCHA), divulgado hoje pela agência AFP.

As águas também destruíram 1.636 casas e 29 salas de aula, e dizimaram 10.930 cabeças de gado, disse a agência da ONU, citando o Ministério de Ação Humanitária e Gestão de Catástrofes do Níger.

Segundo o OCHA, mais de 247.000 pessoas poderão ser atingidas por estas inundações antes do final da estação das chuvas, que ocorre geralmente no final de setembro.

O OCHA afirma que, “em apoio ao Governo” do Níger, os intervenientes humanitários, incluindo a UNICEF, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e a Cruz Vermelha, estão “a trabalhar para pré-posicionar reservas” de alimentos, abrigos de emergência e kits de higiene nas áreas afetadas pelo mau tempo cada vez mais devastador no Níger.

“Exacerbadas pelas alterações climáticas globais, as inundações são uma ameaça recorrente no Níger", segundo a agência da ONU.

De acordo com as autoridades nigerinas, quase todas as regiões do país, em particular Maradi (região centro-sul), foram atingidas.

A capital Niamey e os seus dois milhões de habitantes, habitualmente atingidos por inundações mortíferas, foram, por enquanto, poupados.

Para minimizar os danos, as autoridades estão a enviar mensagens de texto “exortando as pessoas” a “manterem-se abrigadas”, a “protegerem o gado” e a telefonarem para um número de emergência gratuito.

A estação das chuvas, que decorre de junho a setembro, faz regularmente vítimas mortais no Níger, incluindo nas zonas desérticas deste país de clima habitualmente seco.

Em 2022, esta estação foi particularmente mortífera, causando a morte de 195 pessoas e atingindo cerca de 400.000.

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