O presidente do Governo dos Açores defendeu hoje que as evacuações médicas são um “trabalho de responsabilidade” do Estado, após a Força Aérea ter revelado que a região tem uma dívida de 8 milhões de euros devido àquelas operações.
“Farei tudo para que o Estado olhe, de forma solidária, para as Forças Armadas. Para que possamos ver esse trabalho, que há de ser um trabalho de responsabilidade do Estado, designadamente a compensação financeira ao esforço que as Forças Armadas fazem, em particular a Força Aérea, no processo de evacuações”, afirmou José Manuel Bolieiro.
O presidente do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) falava à margem de uma visita ao hospital de Ponta Delgada, após ter sido questionado pelos jornalistas sobre as declarações do comandante da Zona Aérea dos Açores na comissão de Assuntos Sociais da Assembleia Regional.
Na terça-feira, o comandante da Zona Aérea dos Açores denunciou que o Governo dos Açores deve, desde 2011, cerca de 8 milhões de euros à Força Aérea devido às evacuações médicas.
António Moldão considerou ainda que existe um recurso excessivo da Força Aérea para as evacuações médicas no arquipélago em detrimento da companhia regional SATA.
Em reação, Bolieiro destacou as responsabilidades do Estado e reiterou que o atual Governo da República tem demonstrado uma “abertura mais favorável às reivindicações” da região.
“O Estado deve ser corresponsável, também, pela saúde. Portanto, o que é preciso é que as Forças Armadas tenham - e eu fui um dos que participou no Conselho Superior da Defesa Nacional - um robustecimento dos meios financeiros”, declarou.
O presidente do executivo regional disse ainda estar “habituado a um legado de dificuldades”, aludindo às anteriores governações regionais do PS, e disse estar “disponível” para renegociar o contrato com a Força Aérea.
“Estou disponível para, num encontro de responsabilidades entre o Estado, a região e a Força Aérea, encontrar soluções que não negligenciam as expectativas de financiamento e de prestação de serviço”, assinalou, realçando que devem “prevalecer as orientações de saúde e não a logística”.