SAÚDE QUE SE VÊ

Covid-19: Líder da CGTP garante que greve da administração pública não causará “problema nenhum”

LUSA
10-03-2020 16:45h

A líder da CGTP afirmou hoje que a Frente Comum vai manter a greve da função pública e garantiu que os sindicatos da saúde estão a avaliar a forma de realizar o protesto face à epidemia do novo coronavírus.

“A Frente Comum mantém a greve, sendo que os sindicatos do setor da saúde estão a avaliar como é que se mantém ou não, e como é que essa greve se poderá realizar”, afirmou Isabel Camarinha, no final de uma reunião da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN) com o PCP, na sede daquele partido, em Lisboa.

“Não haverá certamente nenhum problema causado pela greve dos trabalhadores da administração publica”, vincou Isabel Camarinha sobre a greve convocada para o próximo dia 20.

A secretária-geral da CGTP garantiu que “da parte dos sindicatos da CGTP haverá sempre a resposta àquilo que sejam as necessidades de dar resposta, neste caso, ao problema do coronavírus, dos casos que existem no nosso país e daquilo que são as orientações da DGS relativamente à prevenção e ao acompanhamento das situações”.

A líder sindical lembrou que a função pública tem um conjunto de reivindicações que querem “colocar na ordem do dia” no próximo 20 de março, nomeadamente a questão dos aumentos salariais e proposta do governo de 0,3% de aumento.

A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.000 mortos.

Cerca de 114 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 63 mil recuperaram.

Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, com 463 mortos e mais de 9.100 contaminados pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.

A quarentena imposta pelo governo italiano ao Norte do País foi alargada a toda a Itália.

O Governo português decidiu suspender todos os voos com destino ou origem nas zonas mais afetadas em Itália, recomendando também a suspensão de eventos em espaços abertos com mais de 5.000 pessoas.

A China registou segunda-feira mais uma queda no número de novos casos de infeção, 19, face a 40 no dia anterior, somando agora um total de 80.754 infetados e 3.136 mortos, na China Continental.

Portugal regista 41 casos confirmados de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

A DGS comunicou também que em Portugal se atingiu um total de 375 casos suspeitos desde o início da epidemia, 83 dos quais ainda a aguardar resultados laboratoriais.

Face ao aumento de casos, o Governo ordenou a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte, até agora a mais afetada.

Foram também encerrados alguns estabelecimentos de ensino, sobretudo no Norte do País, assim como ginásios, bibliotecas, piscinas e cinemas.

Os residentes nos concelhos de Felgueiras e Lousada, no distrito do Porto, foram aconselhados a evitar deslocações desnecessárias.

MAIS NOTÍCIAS