Dos 9.374 doentes que aguardavam cirurgia oncológica no início do programa de emergência para a saúde, em abril, estão 349 por operar, anunciou hoje a ministra da Saúde.
Ana Paula Martins falava na comissão parlamentar de Saúde, onde está a ser ouvida numa audição regimental, em resposta a questões levantadas pela deputada socialista Mariana Vieira da Silva sobre os doentes oncológicos que foram operados no Serviço Nacional de Saúde.
Na sua intervenção, Mariana Vieira da Silva afirmou que “nos últimos tempos” houve “inúmeros títulos” de jornais e discursos de membros do Governo sobre a redução de 30% das listas de espera, mas os dados que o Ministério da Saúde tornou públicos é que a redução é na ordem dos 7%.
Em resposta, a secretária de Estado da Saúde, Ana Povo, precisou que em 30 de abril estavam inscritos em cirurgia oncológica 9.374 doentes, dos quais 2.645 ultrapassavam o tempo máximo de resposta.
“A 28 de junho, temos uma diminuição que não é de 30%. O que nós referimos 30% é na lista geral”, argumentou Ana Povo, sublinhando que na lista oncológica houve uma diminuição de 7% dos doentes, verificando-se também “uma redução significativa” nos doentes acima do tempo máximo de resposta garantida.
A ministra da Saúde acrescentou, citando dados da Direção Executiva do SNS, que dos 9.734 doentes que aguardavam cirurgia oncológica no início do programa de emergência, restam operar 349, no âmbito do programa OncoStop.
Adiantou que todos os dias entram novos doentes em lista de espera, referindo que as novas entradas rondam os 8.000 doentes.
Respondendo ainda a Mariana Vieira da Silva, Ana Paula Martins disse estar de acordo que é preciso ser claro em relação aos números.
“Mas creia que os doentes que operamos até agora são exatamente estes que acabámos de referir e temos naturalmente, como não podia deixar de ser, todos os dados que comprovam e que qualquer auditoria” pode constatar, concluiu.