“No que toca à quarentena para casos suspeitos, que ficam sob observação médica, a infraestrutura está a 75% preparada”, disse aos jornalistas Élia dos Reis Amaral, depois de um encontro com o primeiro-ministro, Taur Matan Ruak, para fazer um ponto da situação.

“A infraestrutura existe em Tibar e está a ser preparada para ser usada, com base nas recomendações da Organização Mundial de Saúde, como primeira linha de defesa”, explicou.

A governante disse que se trata de uma questão de “segurança nacional” e que o Governo e a sociedade “têm de estar preparados e trabalhar em conjunto” para prevenir a transmissão do novo coronavírus.

O uso de Tibar para o centro de quarentena foi alvo de protestos dos habitantes locais que se manifestaram na segunda-feira, forçando à intervenção policial que chegou a utilizar gás lacrimogéneo.

Já no que se refere ao local que vai ser usado para isolamento de casos confirmados, e apesar de repetidas questões da Lusa, a ministra recusou a fazer qualquer comentário.

Não há ainda igualmente qualquer calendário sobre quando o laboratório nacional estará preparado para testar em Díli casos suspeitos de Covid-19.

Timor-Leste tem atualmente um caso suspeito confirmado, o de um cidadão italiano que está desde o final da semana passada isolado num espaço da clínica Stamford em Díli.

Fonte oficial da OMS confirmou à Lusa que o resultado do teste, que foi feito em Darwin, no Norte da Austrália, deverá ser conhecido hoje, com a amostra a ficar retida algum tempo na quarentena da cidade australiana.

O cidadão italiano que está estável, encontra-se desde sexta-feira num contentor instalado no exterior do edifício da clínica e que nem sequer tem casa de banho.

Não está preparado em Timor-Leste qualquer local adequado para isolamento de casos confirmados do Covid-19.

Timor-Leste é até ao momento o único país do sudeste asiático sem casos confirmados, apesar dos números continuarem a aumentar na Austrália e na Indonésia, países com os quais há mais ligações aéreas até Díli.

A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de quatro mil mortos com cerca de 113 mil pessoas infetadas em mais de uma centena de países, das quais mais de 62 mil recuperaram.

Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, com 463 mortos e mais de 9.100 contaminados pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.

A quarentena imposta pelo governo italiano ao Norte do País vai ser alargada a toda a Itália a partir de terça-feira, anunciou o primeiro-ministro Giuseppe Conte.