A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, acusou hoje o Governo de apresentar um plano de emergência que vai destruir o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e entregá-lo ao setor privado, prejudicando os utentes com “soluções esgotadas”.
“Este não é verdadeiramente um plano de emergência, é um plano de transformação do SNS que vai acabar com o SNS que conhecemos”, criticou Mariana Mortágua, no concelho de Palmela, distrito de Setúbal, à margem de uma ação de campanha para as eleições europeias de junho.
O chefe do executivo PSD/CDS-PP, Luís Montenegro, anunciou hoje que o programa de emergência para a saúde pretende esgotar os recursos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) até ao limite, mas conta também com os setores social e privado de forma complementar.
“O primeiro-ministro diz que vamos esgotar as capacidades do SNS até ao limite. Primeiro equívoco: as capacidades do SNS já estão esgotadas. Voltar a insistir em horas extra, em mais tarefeiros, recorrer a médicos aposentados é simplesmente gastar mais dinheiro em soluções que estão esgotadas”, argumentou.
Estando esgotadas, continuou Mortágua, o chefe do executivo “diz que vai recorrer ao privado, a centros de saúde ou a urgências”.
“O programa de emergência [do Governo] não é para expandir a capacidade do SNS, não é para aumentar a capacidade de resposta do SNS é um reconhecimento que o SNS chegou ao fim, está esgotado e o Governo não vai fazer nada para recuperar a sua capacidade”, lamentou.
Na ótica da coordenadora bloquista este caminho “é errado”, comparando-o a um "hamster a correr numa roda". A dirigente defendeu mais investimento no setor público e salientou que o executivo “não mencionou carreiras, salários ou condições para os médicos ficarem no SNS”.
“Este modelo de saúde pública para todos é um modelo que não é compatível com a escolha ideológica da direita que quer fazer da saúde um negócio mesmo que esta solução seja mais cara”, criticou.