“Necessitamos, urgentemente, de investimentos estruturais na área da saúde, incluindo no hospital e no reforço de meios humanos. É igualmente urgente investir na ligação à Marinha Grande, com melhoria da Estrada Nacional 242 e isenção de portagens na A8 entre estas duas cidades”, precisou o autarca socialista, que falava na sessão solene do Dia da Cidade, que se assinala hoje.

Gonçalo Lopes realçou que “Leiria tem sido marginalizada, de forma crónica, na distribuição de investimento público por parte do poder central, independentemente da cor política que governa o país”.

“Este é um alerta que temos feito, de forma recorrente nos últimos anos. Estamos demasiado longe de Lisboa para recebermos os avultados investimentos destinados ao desenvolvimento daquela área metropolitana e demasiado próximos para sermos contemplados nas estratégias de investimento solidário destinadas às zonas do Interior”, reforçou o presidente da Câmara.

Gonçalo Lopes considerou também que “Leiria tem sido cronicamente remetida para uma posição marginal na repartição de investimento público, que se quer justa, equilibrada e proporcional ao contributo” que é dado pelo concelho “para a criação de riqueza no país”.

Durante a sua intervenção, o autarca reclamou ainda a “concretização dos compromissos assumidos com esta região no que diz respeito à alta velocidade” e defendeu ser “imperioso garantir condições para que a PSP e a GNR possam cumprir a sua missão com dignidade”.

À semelhança do apelo lançado no ano passado, o presidente da autarquia insistiu na urgência da “construção de uma cidade judicial, que garanta condições adequadas para a administração da justiça”.

“Não tenho dúvidas de que se for dada resposta positiva a estes pedidos, poderemos aumentar de forma exponencial o nosso contributo para o desenvolvimento nacional”, assegurou, salientando que a celebração de Leiria nesta data é “honrar a memória das gentes” que os precederam.

Referindo que, este ano, são 26 as personalidades e entidades homenageadas, Gonçalo Lopes afirmou ser "um número que peca apenas por ser insuficiente", pois "Leiria é um berço extraordinário de excelência e talento”, elogiou, destacando Maria de Jesus, que “este ano completa 55 anos a assar castanhas no coração da cidade”.

“Na sua pessoa, pretendemos homenagear todos os leirienses que, com o seu trabalho de formiga, dão um contributo decisivo à construção da nossa comunidade”, assumiu.

A segunda referência do presidente foi para Délia Valério, ex-funcionária do município, que “continua a voluntariar-se” nas iniciativas da autarquia.

“O espírito empreendedor e inovador profundamente enraizado” nos leirienses fizeram “desta região berço de ambição e conhecimento”, sustentou Gonçalo Lopes.

António Lacerda Sales, presidente da Assembleia Municipal, considerou que o concelho de Leiria “pode e deve desempenhar um papel significativo e ter impacto na União Europeia de diferentes formas” em conjugação com outras regiões e em várias vertentes.

“Leiria é também um exemplo de inclusão social e de boa convivência entre diferentes culturas” e tem “desafios de futuro” na resposta às necessidades da população, acrescentou.

António Lacerda Sales defendeu, entre outros, o aumento do parque público de arrendamento acessível e a “integração de cuidados primários, hospitalares e continuados com expressão nos cuidados domiciliários”, que são a “única forma de integrar respostas, olhando para a prevenção da doença e promoção da saúde com particular realce”.

O evento contou com a distinção de funcionários da Câmara de Leiria e de várias personalidades do concelho, com a entrega de medalhas. Um dos homenageados foi o fotojornalista da agência Lusa Paulo Cunha.