O ministério da Saúde grego recenseou hoje 11 novas pessoas atingidas pela epidemia de coronavírus, mas não mencionou o caso de Lesbos, indicou a agência noticiosa AFP.

De acordo com o ministério, entre os 84 casos detetados, onde se incluem três estrangeiros com nacionalidade ainda por divulgar, 27 pessoas permanecem hospitalizadas e 57 estão em isolamento em suas casas.

A maioria dos casos provém de um grupo de peregrinos que viajou de autocarro em Israel e no Egito.

A habitante de Lesbos, com 40 anos, também viajou recentemente para Israel mas não fazia parte desse grupo, segundo os media gregos. No domingo foi colocada em isolamento e os seus filhos não foram hoje à escola, precisou a televisão pública ERT.

As autoridades gregas já manifestaram por diversas vezes a sua preocupação quanto à propagação da epidemia nas ilhas gregas que acolhem milhares de migrantes.

Mais de 1.700 novos requerentes de asilo alcançaram na semana passada as ilhas do mar Egeu, a maioria em Lesbos, após a decisão de Ancara em abrir as suas fronteiras.

Em Lesbos, mais de 19.000 requerentes de asilo encontram-se em condições precárias no centro de receção de Morria, concebido para acolher menos de 3.000.

Entre as pessoas contaminadas no país, um caso está a suscitar particular preocupação, um homem de 66 anos hospitalizado em Patras, noroeste da península do Peloponeso (sul do país).

Por precaução, os médicos e pessoal do hospital de Partas e de um outro hospital em Amaliada (oeste) foram enviadas para suas casas por duas semanas, após terem estado em contacto com o doente sexagenário.

Todas as reuniões públicas estão proibidas e todas as escolas e universidades estão encerradas nas duas regiões do Peloponeso (Acaia e Elida), e na ilha jónica de Zante.

A antiga cidade de Olimpo, onde a chama olímpica deve ser acesa em 12 de março para os Jogos Olímpicos de Tóquio, está situada na Elida, uma das regiões afetadas. A cerimónia foi mantida mas o número de convites e acreditações consideravelmente reduzido, enquanto as festividades foram anuladas.

Cerca de 30 escolas e Atenas e da sua região foram encerradas hoje e durante 15 dias por “medida de precaução” contra a propagação da epidemia, anunciou o ministério da Educação grego.

A Grécia já tinha anunciado o encerramento, até terça-feira, de uma dezena de escolas e universidades da região da Ática, que inclui Atenas, e de seis estabelecimentos em Salónica até 17 de março, a segunda cidade do país e onde apareceu o primeiro caso de coronavírus.

Todas as excursões escolares também foram anuladas e as atividades desportivas profissionais vão ser disputadas à porta fechada a partir de hoje e por um período de duas semanas.

O Governo conservador grego também anunciou hoje em comunicado que o orçamento do ministério da Saúde será aumentado em 15 milhões de euros para enfrentar as necessidades de equipamentos suplementares.

A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro e desde então foram infetadas mais de 110 mil pessoas, mas a maioria já recuperou. A doença provocou até ao momento cerca de 3.800 mortos.

De acordo com a AFP, a Europa ultrapassou hoje as 500 mortes relacionadas com o Covid-19, devido aos 97 mortos anunciados pelas autoridades italianas.

Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, estando neste momento cerca de 16 milhões de pessoas em quarentena no Norte do país.

Em Portugal há registo de 30 casos confirmados de infeção, segundo o boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado no domingo.