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Assistentes operacionais da ULS Médio Tejo em protesto por atualização de carreiras

LUSA
30-04-2024 15:41h

Mais de uma centena de assistentes operacionais da Unidade Local de Saúde do Médio Tejo manifestaram-se hoje frente ao Hospital de Torres Novas (Santarém), no âmbito de uma greve de 24 horas para reivindicar a atualização da categoria profissional.

“O que levou à marcação desta greve, que passa sempre pela vontade dos trabalhadores, é um conjunto de reivindicações que os mesmos têm, nomeadamente questões de avaliação que estão em atraso e que impedem a progressão dos trabalhadores na tabela remuneratória”, disse à Lusa o dirigente sindical Rodrigo Rodrigues.

Os assistentes operacionais da Unidade Local de Saúde (ULS) do Médio Rejo estão em greve desde as 00:00 e até às 23:59.

De acordo com estes profissionais, no recibo de vencimento não está ainda refletida qualquer atualização da categoria profissional e também não foi divulgada atempadamente a lista com os nomes dos trabalhadores que passam a integrar a carreira de técnico auxiliar de saúde (TAS).

Segundo o responsável da delegação de Santarém do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas, o decreto foi publicado em 22 de dezembro e as listas nominativas de transição para a carreira especial deveriam ter sido conhecidas até 15 de janeiro.

“Estamos a falar de uma quantidade muito grande de trabalhadores que auferem pouco mais que o salário mínimo nacional e que veem limitado um conjunto de situações, como a avaliação do biénio 2021-2022, que já deveria estar concluído e que poderia permitir a estes trabalhadores subir na posição remuneratória, nomeadamente através do acelerador de carreiras”, afirmou o dirigente.

Ainda de acordo com Rodrigo Rodrigues, as listas acabaram por ser divulgadas no mesmo dia em que saiu o pré-aviso de greve, “mas dizendo que era para resolver o problema lá para meados do ano”.

“Os trabalhadores estão fartos desta situação, querem ver as suas situações regularizadas, e foi este o motivo que nos levou a convocar a greve”, salientou.  

Rodrigo Rodrigues revelou ainda que a administração da ULS Médio Tejo recebeu hoje os trabalhadores, tendo ficado agendada nova reunião para 08 de maio.

Contactada pela Lusa, fonte do conselho de administração da ULS Médio Tejo disse ter ficado surpreendido com o protesto dos trabalhadores, adiantando que o sindicato "nunca encetou […]qualquer tentativa de diálogo sobre os temas da carteira de reivindicações que hoje levaram […] à greve” dos profissionais de saúde.

“No espírito do diálogo que caracteriza esta administração, os representantes sindicais dos trabalhadores foram recebidos pelo conselho de administração da ULS Médio Tejo esta manhã e foi prontamente agendada, para o próximo dia 08 de maio, pelas 10:30, uma reunião para concertação de posições e diálogo, como, aliás, já tinha ocorrido com estrutura homóloga sindical que representa esta mesma categoria de profissionais de saúde”, disse à Lusa a fonte.

A fonte acrescentou ainda que "a maioria das questões suscitadas no pré-aviso de greve encontra-se resolvida, ou em vias de resolução num curto espaço de tempo”, informação que foi transmitida ao sindicado e a todos os profissionais das carreiras em causa.

O sindicato adiantou que a greve registou uma adesão “na ordem dos 80% no período da noite” e de “cerca de 90% durante o dia”, na “média registada em Abrantes, Tomar e Torres Novas”, os três hospitais que integram a ULS Médio Tejo.

Já a ULS, questionada sobre os impactos da adesão à greve, indicou que durante o turno da manhã existiram “alguns constrangimentos na atividade programada, nomeadamente ao nível da atividade cirúrgica programada e na consulta externa”.

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