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Covid-19: Irmandade do Santo Cristo decide em breve o que fazer nas festas açorianas

LUSA
09-03-2020 17:38h

A Irmandade do Senhor Santo Cristo dos Milagres vai reunir-se, em breve, para decidir os passos a dar nas maiores festas religiosas dos Açores face ao surto de Covid-19, disse hoje à agência Lusa o seu provedor.

Carlos Faria e Maia refere que “neste momento” a Irmandade “não tem nenhum plano de contingência”, indo reunir-se em breve, também com a presença do reitor do Santuário do Santo Cristo, para “decidir o que vai ser feito”.

A Irmandade do Senhor Santo Cristo, que nasceu por iniciativa do Comandante Geral da Ilha de São Miguel, sargento-mor António Borges Bettencourt, foi fundada em abril de 1765 e é desde aquela data a principal responsável pela organização das maiores festas religiosas dos Açores, um culto com mais de 300 anos.

Milhares de pessoas de origem açoriana e turistas deslocam-se a Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, para participar nas festas do Santo Cristo dos Milagres, que este ano decorrem de 15 a 21 de maio.

Para o provedor da Irmandade, “para já, nada invalida que as festas não venham a decorrer normalmente”, mas “há que ter um plano traçado”.

O reitor do Santuário do Santo Cristo, Adriano Borges, também em declarações à Lusa, refere que “manter-se-á tudo igual, não havendo alterações, a não ser que as autoridades sanitárias do país e da região decidam que é preferível fechar fronteiras, aeroportos e não permitir que as pessoas promovam grandes ajuntamentos”.

Para Adriano Borges, que se afirma tranquilo, vão naturalmente “adotar-se as precauções necessárias mas, de resto, será tudo igual”, considerando que um plano de contingência surgirá “na medida em que for pedido”, em harmonia com a Irmandade do Senhor Santo Cristo dos Milagres e com as autoridades da saúde.

O cónego adianta que, durante as festividades, vão ser seguidas as orientações da Conferência Episcopal Portuguesa em relação ao abraço da paz, água benta nas pias e à comunhão.

A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 3.800 mortos.

Cerca de 110 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 62 mil recuperaram.

Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, com 366 mortos e mais de 7.300 contaminados pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.

Portugal regista 30 casos confirmados de infeção, segundo o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgado no domingo.

Todos os infetados, 18 homens e 12 mulheres, estão hospitalizados.

A DGS comunicou também que 447 pessoas estão sob vigilância por contactos com infetados.

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