A Câmara Municipal de Azambuja, no distrito de Lisboa, reafirmou hoje que está “empenhada” em encerrar o aterro do concelho, e acusou a empresa gestora de negar o acesso dos responsáveis municipais àquela infraestrutura.
Em causa está o aterro situado no Centro de Tratamento de Resíduos Não Perigosos de Azambuja, uma infraestrutura gerida pela empresa Triaza, pertencente à SUMA, um consórcio liderado pela Mota Engil e que tem gerado a contestação de moradores e autarcas.
Esta infraestrutura foi inaugurada em 2017 e representou um investimento de 1,8 milhões de euros, tendo desde o início da sua construção sido contestada pelos moradores e por partidos da oposição.
“Eu pedi há poucos dias à empresa para que o grupo de trabalho que temos aqui na Câmara pudesse ir lá fazer uma inspeção e eles negaram a entrada dos funcionários da Câmara”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal de Azambuja, Luís de Sousa (PS).
O autarca referiu que, devido a esse impedimento, o município não consegue levar a cabo a realização de um estudo de impacto ambiental.
As declarações à Lusa foram proferidas no final de uma reunião entre Luís de Sousa e um grupo de deputados do Partido Social-Democrata (PSD), que se deslocou esta manhã à Azambuja para conhecer os problemas ambientais do concelho.
“Eles estão a trabalhar na Assembleia da República, com outros partidos também, a ver se conseguem fazer alguma alteração à lei em relação aos aterros. Deveria haver uma lei que impedisse que estes aterros fossem construídos tão perto das aldeias e dos aglomerados, onde vivem pessoas”, defendeu.
Nesse sentido, Luís de Sousa assegurou que a Câmara de Azambuja continua “empenhada” na luta pelo encerramento do aterro.
“Estamos todos a trabalhar nesse sentido. Se calhar, o impedir ou fechar é difícil neste momento, mas pelo menos que sejam analisadas todas as questões que foram levantadas e ver as legalidades e ilegalidades e que, pelo menos, em 2021 não lhes seja renovada a licença [ambiental], apontou.
O mau cheiro que emana e a existência de centenas de gaivotas no meio do lixo fez com que a população avançasse com uma petição 'online' para exigir que o aterro seja encerrado, “salvaguardando dessa forma a qualidade de vida, a saúde e o bem-estar” das pessoas.
A este aterro, que fica a céu aberto, chegam toneladas de resíduos vindos de Itália, Reino Unido e Holanda, sendo frequentes as queixas por causa do mau cheiro e da existência de gaivotas que remexem no lixo.
A Lusa contactou fonte da empresa Triaza, mas não obteve resposta.