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Trump insta congressistas do Arizona a remediar decisão do aborto que foi “longe demais”

LUSA
13-04-2024 07:03h

O ex-presidente Donald Trump instou esta sexta-feira os congressistas do Arizona a remediar rapidamente a decisão do Supremo Tribunal daquele Estado norte-americano, que permite aos procuradores impor uma proibição quase total do aborto, insistindo que foi “longe demais”.

Uma decisão do Supremo Tribunal do estado do Arizona, conhecida na terça-feira, abriu caminho para a aplicação de uma lei de 1864 que proíbe o aborto em todas as fases da gravidez, sem exceções para violação ou incesto.

Trump expressou repetidamente orgulho no seu papel na anulação do direito constitucional nacional ao aborto, nomeando três juízes conservadores para o Supremo Tribunal dos EUA durante o seu único mandato como Presidente.

No entanto, a sua mensagem após a decisão do Arizona ilustra a sua luta para neutralizar o que se tornou uma arma política potente para os democratas, noticiou a agência Associated Press (AP).

As declarações do magnata republicano surgiram horas antes da vice-presidente Kamala Harris falar sobre o direito ao aborto em Tucson. O Presidente Joe Biden e os seus aliados culpam Trump por reduzir drasticamente o acesso ao aborto, e a questão tornou-se um grande problema para o antigo presidente num dos poucos estados indecisos que podem decidir as eleições de novembro.

A exigência de Trump para que o Estado flexibilize a sua lei sobre o aborto surge poucos dias depois de ter defendido que os direitos ao aborto devem ser deixados para os estados decidirem.

Os críticos mais veementes da revogação da lei pelo Congresso estadual estão entre os mais devotados apoiadores de Trump.

Os eleitores do Arizona apoiaram Biden em 2020 por menos de 11.000 votos, apenas a segunda vez em sete décadas que o Estado votou num democrata, e quer Trump, quer Biden consideram o Estado novamente como um campo de batalha crucial este ano.

De acordo com a AP VoteCast, uma ampla sondagem com o eleitorado, 61% dos eleitores do Arizona nas eleições de meio de mandato de 2022 disseram que o aborto deveria ser legal na maioria ou em todos os casos. Apenas 6% disseram que deveria ser ilegal em todos os casos.

Dois terços dos eleitores de meio de mandato no Arizona disseram que a revogação do caso Roe v. Wade pelo Supremo Tribunal foi um fator importante para o seu voto naquela eleição.

Cerca de 6 em cada 10 eleitores do Arizona naquela eleição disseram que seriam a favor de uma lei que garantisse o acesso ao aborto legal em todo o país.

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