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Covid-19: Pais das crianças de escola da Amadora preocupados com eventual contágio

LUSA
09-03-2020 16:56h

A associação de pais de uma escola da Amadora, Lisboa, está preocupada com um eventual contágio dos filhos por alunos que continuam a ir às aulas apesar de terem irmãos em isolamento social devido ao Covid-19 detetado no agrupamento.

O caso da professora de Físico-Quimica infetada com o novo coronavírus e de dois alunos levou ao encerramento da Secundária da Amadora e da Escola EB 2/3 Roque Gameiro, do Agrupamento Pioneiros da Aviação Portuguesa.

Aos alunos destas duas escolas foi pedido que ficassem em isolamento social, mas os irmãos que frequentam outros estabelecimentos de ensino continuam a ir às aulas.

Hoje de manhã, alguns pais do Jardim de Infância e Escola Básica Terra dos Arcos, que faz parte do agrupamento das escolas encerradas, aperceberam-se da chegada e permanência de crianças que têm irmãos em isolamento social.

O delegado de saúde da Amadora definiu que só ficariam em casa os alunos das duas escolas onde foram detetados casos do novo coronavírus e que a restante família continuava a sua vida normal, contou à Lusa um elemento da associação de pais.

Perante esta situação, a Associação de Pais decidiu hoje questionar o delegado de saúde por considerar que desta forma será mais difícil conter o vírus.

Na semana passada, quando foi confirmado o caso da professora infetada, foi pedido aos 150 alunos das turmas com quem a docente tinha estado em contacto que ficassem em isolamento.

Só quando foram confirmados casos positivos em dois alunos, no domingo, foi decidido encerrar as duas escolas da Amadora.

A decisão de encerrar uma escola está dependente dos serviços de saúde, disse à Lusa Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas: “Temos de ter o aval dos serviços de saúde para poder encerrar uma escola”.

Até ao momento, estão encerradas escolas da Amadora, em Portimão e todos os estabelecimentos de ensino dos concelhos de Felgueiras e Lousada.

Também o secretário-geral da Fenprof questionou hoje se o encerramento destas escolas é suficiente para prevenir o contágio, sublinhando que há muitos alunos e funcionários que têm familiares a frequentar outros estabelecimentos de ensino.

“Esta medida só pecará por se aplicar a poucas escolas e se calhar justificava-se que encerrassem mais”, considerou Mário Nogueira, alertando que a eficácia da decisão, em termos de contenção do vírus, ficará fragilizada se os membros da comunidade escolar que estão em isolamento profilático mantiverem contacto com alunos de outras escolas que ainda estão em funcionamento.

infeção, nenhum deles se encontra nos cuidados intensivos, segundo o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde, divulgado no domingo.

A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 3.800 mortos.

Cerca de 110 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 62 mil recuperaram.

Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, com 366 mortos e mais de 7.300 contaminados pelo novo coronavírus.

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