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Surto de conjuntivite em Moçambique com 1.575 casos na província de Inhambane

LUSA
02-04-2024 13:37h

Um surto de conjuntivite hemorrágica em Moçambique já afetou 1.575 pessoas só na província de Inhambane entre fevereiro e março, avançaram hoje as autoridades locais de saúde.

“Atualmente, a província conta com 1.575 casos. As pessoas fazem-se às ruas, os estudantes vão à escola e acabam contaminando uns aos outros em massa. Queremos reiterar o apelo de ficar em casa, ou seja, o cumprimento do isolamento em caso de se diagnosticar a doença”, disse Ester Mboa, do departamento de Saúde Pública da direção provincial de Inhambane.

O primeiro caso de conjuntivite hemorrágica em Inhambane, segundo a fonte, em declarações à estatal Televisão de Moçambique (TVM), foi registado em fevereiro passado, acrescentando que, atualmente, os distritos mais afetados pelo surto naquela província são Maxixe, Massingue, Inharrime, Jangamo e Inhassouro.

As autoridades de saúde locais pedem à população de Inhambane para que se dirija aos centros de saúde em caso de suspeita de doença.

“Lá existem profissionais qualificados que irão dar o tratamento de acordo com a situação de cada um”, apelou Ester Mboa.

No dia 22 de março, o presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Agostinho Vuma, alertou, em Maputo, que o surto de conjuntivite que afeta várias regiões do país está a condicionar a produtividade das empresas.

“A emergência do surto de conjuntivite está a afetar a produtividade laboral. As empresas têm estado a dispensar os funcionários afetados, que ficam mais de 15 dias em casa, afetando o desempenho das empresas”, disse Vuma.

O Ministério da Saúde indicou recentemente que aumentaram para aproximadamente 17 mil os moçambicanos infetados pelo adenovírus que causa a conjuntivite hemorrágica, particularmente nas províncias de Nampula e de Sofala.

“As empresas são parte da sociedade, e como tal, têm responsabilidades, não somente pelo facto de o recurso mais precioso ser o trabalhador, mas também pelas famílias que são o garante do mercado para os produtos por si produzidos. Nesta senda, em jeito de solidariedade face à conjuntivite hemorrágica que está a afetar a nossa população, queremos apelar que a comunidade se una, e estejamos atentos às diretrizes emanadas pelas autoridades de saúde para mitigar a propagação deste mal e proteger a saúde de todos”, apelou Vuma.

Em 11 de março, segundo dados oficiais, pelo menos sete províncias moçambicanas tinham casos de conjuntivite, a maior parte dos quais em Nampula, no norte de Moçambique. Entretanto, só no Hospital Central da Beira, província de Sofala, a maior unidade de saúde do centro do país, registava-se um acumulado de 2.800 casos de conjuntivite até 19 de março.

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