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Covid-19: Principal partido da oposição em Moçambique alerta para vulnerabilidade das zonas rurais

LUSA
09-03-2020 15:32h

A Renamo, principal partido de oposição em Moçambique, defendeu hoje mais objetividade nas campanhas de sensibilização contra a epidemia de Covid-19 no país, alertando para a vulnerabilidade das zonas rurais.

"As medidas de precaução em Ressano Garcia [principal posto fronteiriço com a África do Sul], bem próximo da capital moçambicana, são quase inexistentes. O que irá acontecer nas outras fronteiras", questionou José Manteigas, porta-voz da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), durante uma conferência de imprensa na sede do partido em Maputo.

Para a Renamo, as autoridades moçambicanas devem imprimir maior objetividade na sensibilização das pessoas, principalmente no meio rural, o mais vulnerável.

"Estamos em perigo. É preciso que haja uma campanha de sensibilização de uma forma mais objetiva e orientada que um simples `spot´ na televisão e na rádio", afirmou o porta-voz da Renamo, que acrescenta que a principal força política moçambicana está preocupada com a situação dos estudantes moçambicanos na China.

"Não se conhece a real situação dos moçambicanos na China, sobretudo dos estudantes bolseiros", alertou José Manteigas.

Numa conferência de imprensa na semana passada em Maputo, o ministro da Saúde, Armindo Tiago, reafirmou que o país está pronto para agir em caso de eclosão da doença, considerando que há um plano multissetorial elaborado.

"Estão em curso a criação de um comité técnico para analisar a situação diariamente e registar a lista de países com cidadãos sujeitos a quarentena. Neste momento, só podemos dizer que a medida fundamental será o reforço da vigilância nos pontos de entrada do país", declarou o ministro da Saúde.

Não há um caso confirmado da doença em Moçambique, mas o receio aumentou após a confirmação de um total de três casos desde a semana passada na África do Sul, país que faz fronteira com Moçambique.

A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 3.800 mortos.

Cerca de 110 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 62 mil recuperaram.

Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, com 366 mortos e mais de 7.300 contaminados pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.

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