SAÚDE QUE SE VÊ

Covid-19: Líder do CDS acusar Governo de passar culpas no caso do SNS 24

LUSA
07-03-2020 19:23h

O presidente do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, acusou hoje o Governo de "passar culpas e não assumir responsabilidades relativamente a factos passados", no caso da não recondução do presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).

Em declarações à margem da visita à Feira Anual da Trofa, no distrito do Porto, o líder centrista mostrou-se desconfiado sobre a forma como Henrique Martins não foi reconduzido no cargo.

"Relativamente à não recondução de funções do presidente do conselho de administração dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, parece-nos que poderá acontecer a situação do Governo estar a passar culpas e não a assumir responsabilidades relativamente a factos passados e que já lhe havia sido oportunamente comunicados".

A não recondução do anterior conselho de administração dos SPMS foi conhecida no dia em que sindicatos dos médicos apontaram a falta de capacidade de resposta da linha telefónica SNS 24 com a crescente procura decorrente do surto do novo coronavírus que causa a doença Covid-19.

A linha é operada pela Altice, mas o atendimento telefónico é feito por uma equipa de profissionais de saúde no Centro de Contacto SNS 24.

À Lusa, o ex-presidente dos SPMS Henrique Martins afastou qualquer ligação entre a sua não recondução no cargo e constrangimentos na linha SNS 24, justificando o "excesso de chamadas" com a "situação atípica" da epidemia Covid-19.

Francisco Rodrigues dos Santos também citou o presidente do SPMS quando este afirmou que "existiu um desinvestimento de 14 milhões de euros na linha do SNS 24" e que "esta cativação teve consequências na qualidade do serviço".

"Depois foi também dito pelo mesmo que existiria uma saturação do próprio sistema devido ao pico na afluência e na solicitação da mesma linha, tendo sugerido ao Governo uma alocação de enfermeiros capaz de solucionar esta sobrecarga do sistema para que ele pudesse funcionar com normalidade e responder às solicitações, coisa que apesar de ter sido anunciada pela ministra [da Saúde] também não foi feito", acrescentou.

O surto de Covid-19, detetado em dezembro na China, já provocou 3.456 mortos e infetou mais de 100 mil pessoas em 92 países e territórios.

Das pessoas infetadas, mais de 55 mil recuperaram.

A Organização Mundial de Saúde declarou a epidemia de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco de contágio para "muito elevado".

MAIS NOTÍCIAS