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OE2024: Academia do Porto exorta governo a criar rubrica para contratar psicólogos

Lusa
10-10-2023 05:01h

A Federação Académica do Porto (FAP) exortou hoje o governo a abrir uma rubrica específica no Orçamento de Estado para 2024 (OE 2024), que permita reforçar a contratação de psicólogos pelas Instituições de ensino superior.

Em entrevista à agência Lusa a propósito do Dia Internacional da Saúde Mental, que se assinala hoje 10 de outubro, a presidente da FAP, Ana Gabriela Cabihas, apelou ao governo de António Costa para que se crie uma rubrica específica no OE 2024, que permita reforçar a contratação de psicólogos por parte das instituições de ensino superior (IES), "criando uma resposta mais adequada ao crescente número de pedidos de apoio".

Antecipando a discussão do OE 2024, Ana Gabriela Cabilhas alerta ainda que “os problemas de saúde mental dos estudantes do ensino superior não serão resolvidos somente com uma aposta específica nos serviços de psicologia das Universidades e Politécnicos.

"Se não houver uma estratégia para a juventude, não podemos esperar que os jovens com baixos salários, precários e sem conseguirem sair de casa dos pais, tenham uma boa saúde mental. A pressão financeira e as dificuldades de emancipação dos jovens podem agravar ou desencadear problemas de saúde mental”.

Os inquéritos aplicados na academia do Porto ao longo de três anos revelam "a gravidade do fenómeno e problemas estruturais na capacidade de resposta", acrescenta na Gabriela Cabilhas.

A FAP tem vindo a aplicar vários inquéritos na academia do Porto, desde março de 2020, aquando do início do primeiro período de confinamento devido à pandemia da covid-19, e desde então, a percentagem de estudantes que afirmam sentir sintomas de ansiedade e/ou depressão, tem-se mantido consistentemente acima dos 70%.

A 26 de junho de 2020, a Lusa publicou o resultado de um inquérito da FAP, onde se concluía que quase 80% dos estudantes do ensino superior do Porto sentii um "aumento do estado de ansiedade ou depressão ou outro" devido à pandemia, e apenas 36% tiveram acesso a ajuda.

O inquérito foi realizado entre 1 e 8 de junho, a 2.217 estudantes do ensino superior público, privado e ensino cooperativo da academia do Porto, concluindo que 78% dos alunos disseram ter sentido “aumento do estado de ansiedade, depressão ou outro”.

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