A Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega e Barroso defendeu hoje a criação de uma Unidade Local de Saúde (ULS) que agregue o hospital de Chaves e os centros de saúde dos seis concelhos que integram este território.
Na reforma da saúde anunciada no início de setembro pelo diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) está incluída a criação da ULS de Trás-os-Montes e Alto Douro, que agregará o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) com os Agrupamento de Centros de Saúde do Alto Tâmega e do Barroso, do Douro I – Marão e Douro Norte e do Douro II – Douro Sul.
A CIM que une os municípios de Boticas, Chaves, Montalegre, Ribeira de Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar anunciou hoje que aprovou a moção “Pela criação da Unidade Local de Saúde do Alto Tâmega e Barroso”.
Já em 2011, na Assembleia da República, foi aprovada uma recomendação ao Governo para a criação de uma ULS que junte as unidades de saúde destes seis municípios do norte do distrito de Vila Real.
O hospital distrital de Chaves foi integrado em fevereiro de 2007 no CHTMAD, que tem sede social em Vila Real, e o processo foi complexo, com muitas críticas contra uma alegada “excessiva centralização” na capital de distrito.
O texto da moção diz que, agora, “será criada uma mega estrutura, cuja área de influência direta abrange cerca de 276.000 habitantes, dispersa territorialmente (o concelho de São João da Pesqueira dista a mais de 150 quilómetros do concelho de Montalegre, sendo necessário mais de duas horas para concretizar a viagem), num território caracterizado por uma população envelhecida, com poucos recursos, portadora de múltiplas comorbilidades, que as torna absolutamente vulneráveis à inexistência de cuidados de saúde de proximidade”.
Defendeu ainda que o "modelo de organização previsto no diploma se constitui de difícil aplicabilidade, em função da elevada amplitude territorial, existindo, por outro lado, um risco claro de excessiva centralização assistencial na sede da ULS, em Vila Real, em função do histórico anterior de integração, bem como na identificação crónica da pouca disponibilidade clínica para a realização de atividade nos polos periféricos, o que poderá resultar num incremento substancial da inexistência ou inacessibilidade de oferta nos pontos de acesso mais remotos”.
O conselho intermunicipal do Alto Tâmega e Barroso reiterou “de forma clara e inequívoca, o seu apoio à criação da Unidade Local de Saúde do Alto Tâmega e Barroso, em linha com a resolução aprovada pela Assembleia da República”.
Apelou ainda ao Governo e à direção executiva do SNS para que, no uso das suas competências e dentro da celeridade possível, implemente medidas urgentes para ultrapassar os reiterados problemas ao nível do serviço de urgência da unidade hospitalar de Chaves, designadamente na especialidade de pediatria que, neste verão, esteve fechada em vários períodos.
Solicitou à Assembleia da República, através da Comissão Parlamentar de Saúde, uma visita ao hospital de Chaves “para constatar, no local, a atual situação desta unidade de saúde”.
A moção vai ser enviada ao ministro da Saúde, primeiro-ministro, Presidente da República, presidente da Assembleia da República, diretor-executivo do SNS, à Comissão Parlamentar de Saúde e às direções parlamentares da Assembleia da República.