“Elencamos dois temas importantíssimos, a imigração e a saúde, na relação bilateral entre os nossos países”, disse à Lusa o deputado federal Antônio Brito, presidente do Grupo Parlamentar de Amizade Brasil-Portugal e da Frente Parlamentar de Apoio às Santas, à margem da reunião na Embaixada de Portugal em Brasília.

Também à Lusa, o líder do Progressistas na Câmara dos Deputados, Doutor Luisinho, enfatizou o facto de, nesta reunião, terem estado “um conjunto de parlamentares dos mais diferentes partidos, das mais diferentes regiões desse país, que é o Brasil, um país continental, todos eles irmanados na ampliação dessa relação Brasil Portugal”.

O anfitrião da reunião, o embaixador português Luís Faro Ramos, disse à Lusa que a reunião serviu, sobretudo, para abordar o protocolo de cooperação assinado, em Lisboa, entre a Assembleia da República de Portugal e a Câmara de Deputados do Brasil, em 28 de junho.

Este acordo entre as duas instituições legislativas foi assinado após o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, ter recebido em audiência o presidente da Câmara dos Deputados da República Federativa do Brasil, Arthur Lira.

Por outro lado, Antônio Brito, que não deixou de frisar a importância da diplomacia presidencial entre os dois chefes de Estado, “que têm avançado nas relações bilaterais”, sublinhou que hoje foram tratadas questões de “cuidado com os hospitais filantrópicos, beneficências portuguesas", que atuam no Brasil.

“Como também a importância com o cuidado com os brasileiros que estão indo para Portugal e dos portugueses vindo para o Brasil”, disse.

Numa resposta à Lusa, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) precisa que 393.000 cidadãos brasileiros residem em Portugal, e representam cerca de 40% da população estrangeira, com maior incidência nos concelhos de Lisboa, Cascais, Sintra, Porto e Braga.

No final de 2022 viviam no país 239.744 brasileiros, significando que só este ano esta comunidade aumentou cerca de 36%, sendo cerca de 153.000 aqueles que adquiriram uma autorização de residência desde janeiro.

“Olhando por um momento diferente do momento histórico, em que historicamente houve uma grande migração dos portugueses para o Brasil, nesse momento tem um volume migratório ao contrário, os brasileiros buscando oportunidade de morar e viver em Portugal”, reforçou o líder do partido Progressistas na Câmara dos Deputados, sublinhando que existe uma demonstração clara de cooperação técnica entre o Parlamento brasileiro e o português.

O deputado federal chamou a atenção para a importância de “os dois países trabalharem irmanados, fazendo que essa cultura se mantenha viva”.

“Nós temos um grande desafio de manter a nossa língua portuguesa viva num mundo que a cada dia mais está sendo doutrinado e falando cada dia mais em inglês" e manter "a nossa cultura viva”, disse.

Na mesma tónica, Luís Faro Ramos destacou os dois tópicos abordados, “dada a importância da comunidade brasileira" em Portugal, por um lado, mas também “dado o potencial que há de partilha de experiências entre os sistemas de saúde brasileiro e português”, aproveitando a existência no Brasil da Rede Portugal de Saúde, que junta vários hospitais de matriz beneficiente portuguesa.

João Moura, deputado português presidente do Grupo de Amizade Portugal/Brasil, participou na reunião por videoconferência.