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Mais de 5.000 pessoas fizeram cirurgias de redução de peso no setor privado nos últimos quatro anos

LUSA
03-03-2020 19:49h

Mais de 5.000 cirurgias de redução de peso, através de banda gástrica, foram realizadas nos últimos quatro anos em Portugal através de protocolos com hospitais privados e à margem do Serviço Nacional de Saúde (SNS), indicam dados divulgados hoje.

Os dados foram divulgados na véspera do Dia Mundial da Obesidade pela Associação Portuguesa de Bariátricos (APOBARI), que insiste “na necessidade de aumentar a resposta do Estado português na prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças relacionadas com a obesidade”.

A coordenadora-geral da APOBARI, Alice Inácio, disse à Lusa que “é urgente que o SNS comece a olhar para a obesidade como uma doença crónica efetiva, epidémica e incapacitante”.

“É inadmissível que um doente tenha que esperar três anos por uma cirurgia no SNS, muitas vezes com doenças graves associadas, sem que o Estado lhe preste os cuidados devidos e lhe salve a vida”, criticou.

Alice Inácio salientou que, desde a sua fundação em 2015, a associação tem centrado a sua atividade no apoio e acompanhamento de doentes com comorbilidades (doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes tipo 2 e cancro, entre outros) no acesso às diversas cirurgias de redução de peso, “sempre que o SNS não responde convenientemente ou em tempo útil”.

Segundo informação divulgada pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS), em Portugal os obesos esperam em média 16 meses entre consulta e cirurgia, mas chega a haver tempos de espera superiores a três anos.

O número de obesos em Portugal está estimado em 1,9 milhões de pessoas, com outros 5,9 milhões com excesso de peso. O tratamento cirúrgico da obesidade é a especialidade que regista uma maior percentagem no incumprimento nos Tempos Máximos de Resposta Garantidos (TMRG) nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, de acordo com a análise divulgada pela ERS.

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