O presidente da Câmara do Porto revelou estar à espera de uma resposta da ministra da Saúde sobre a intenção do município adquirir o antigo Hospital Joaquim Urbano.
"Sondamos a Sr.ª. ministra da Saúde, no sentido de saber se o município do Porto poderia adquirir o hospital Joaquim Urbano para aí ter uma comunidade mais alargada e prestar serviços de outra natureza", afirmou, na Assembleia Municipal do Porto, na segunda-feira, Rui Moreira.
O autarca, que respondia a uma questão levantada pela deputada do PSD Mariana Macedo sobre qual a estratégia para a reintegração dos sem-abrigo, adiantou estar ainda à espera "de respostas" por parte da ministra Marta Temido que "mostrou muito interesse" na proposta.
Segundo Rui Moreira, a aquisição do Hospital Joaquim Urbano permitiria à autarquia servir uma comunidade "mais alargada" de utentes, assim como prestar outro tipo de serviços.
"A nós preocupa-nos principalmente uma situação muito pouco falada. Neste momento, os nossos hospitais têm centenas de pessoas internadas que estão internadas em hospitais porque as famílias não as podem acolher e isso era uma vocação especifica para o Joaquim Urbano", afirmou o autarca, acrescentando estar "convencido" de que o processo está a ser "tratado devidamente" pela tutela.
Na sua intervenção, a deputada social-democrata Mariana Macedo questionou ainda o autarca sobre a eventual existência de um "plano de contingência para os sem-abrigo".
"O PSD sabe que muitos são os desafios nesta área (...) Existe algum plano de contingência para os sem-abrigo no âmbito do coronavírus? Quem é que os vai monitorizar?", reiterou.
Apesar de não responder diretamente à questão, o autarca lembrou que o município investe, cerca de um milhão de euros por ano, na "reinserção das pessoas sem-abrigo", nomeadamente, através dos restaurantes solidários e do programa que decorrer no antigo Hospital Joaquim Urbano, financiado integralmente pelo município.
A Câmara do Porto tem sinalizados 560 sem-abrigo, dos quais 140 a viver na rua e 420 em alojamentos temporários, sendo que a maioria são homens entre os 45 e 64 anos e estão nestas situações há mais de um ano.