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Epidemia de cólera no Malaui já provocou mais de 1.000 mortos

LUSA
25-01-2023 11:18h

A epidemia de cólera em curso desde março de 2022 no Malaui já matou mais de 1.000 pessoas, anunciou hoje o Ministério da Saúde, lamentando a falta de vacinas.

O número de mortos chegou aos 1.002 hoje, tornando o atual surto de cólera o mais mortal já registado no empobrecido país da África Austral, que entre 2001 e 2002 registou 968 mortes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Um total de 30.600 pessoas foram infetadas desde o aparecimento dos primeiros casos no ano passado.

A cólera é contraída pela ingestão de água ou alimentos contaminados com bactérias e geralmente causa diarreia e vómitos, podedo ser muito perigoso para as crianças pequenas.

Em novembro, o Malaui recebeu quase três milhões de doses da vacina oral da ONU.

"Usámos todas as vacinas que tínhamos", disse hoje o porta-voz do Ministério da Saúde, Adrian Chikumbe, à AFP.

“O facto de haver apenas um fabricante da vacina contra a cólera no mundo dificulta a aquisição do medicamento”, acrescentou.

Parte da população do Malaui também recusa o tratamento em nome de crenças religiosas, o que contribui para a propagação da doença.

Em setembro, a OMS relatou um "aumento preocupante" da cólera em todo o mundo, após anos de declínio, com a mudança climática a somar-se às causas habituais, como a pobreza e o conflito.

A doença afeta entre 1,3 milhões a 4 milhões de pessoas no planeta todos os anos, causando até 143 mil mortes.

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