O Presidente francês, Emmanuel Macron, apelou hoje à “solidariedade europeia” perante a crise do novo coronavírus, aparecendo ao lado dos líderes italianos, no país europeu mais afetado pela epidemia.
“Neste momento especial, estou muito feliz por estar com os nossos amigos italianos”, disse Macron, ao chegar a Nápoles, para uma cimeira franco-italiana.
“É importante mostrar que cada país está a tomar medidas de saúde com uma coordenação europeia muito próxima”, acrescentou o Presidente francês, ao lado do primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, recordando que os ministros da Saúde da União Europeia haviam reunido em Roma, na quarta-feira.
A França decidiu manter as suas fronteiras com a Itália abertas, embora alguns líderes das zonas contíguas tenham exigido controlos mais rígidos.
As autoridades italianas mantiveram a cimeira de Nápoles, apesar de todo o impacto da epidemia do Covid-19 no norte do país.
Com 528 casos de pessoas infetadas e 14 mortes registadas, a península italiana tornou-se uma plataforma de disseminação para o resto do continente europeu.
Roma tomou medidas drásticas colocando 11 cidades em quarentena, no norte de Itália, nas regiões de Lombardia e Veneto.
Nenhum sinal de preocupação era palpável nas ruas de Nápoles, onde Giuseppe Conte e Emmanuel Macron passearam, sem medidas visíveis de higiene, sob o sol primaveril e poucos moradores e turistas usavam máscaras protetoras.
Presente em Nápoles, o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Luigi di Maio, também pediu aos turistas estrangeiros para não abandonarem o país, lamentando que os ‘media’ estejam a dar a ideia de que toda a Itália está em risco, quando apenas algumas zonas no norte estão em causa.
“Os nossos filhos vão à escola. Se os nossos filhos vão à escola, turistas e empresários também podem vir”, disse di Maio aos jornalistas.
Emmanuel Macron chegou a Itália após uma visita de última hora ao hospital de Paris, onde a primeira vítima francesa do coronavírus morreu, na quarta-feira.
“Temos diante de nós uma crise, uma epidemia que está a chegar (...) Teremos que enfrentá-la”, concluiu o Presidente francês, acrescentando que tomará todas as decisões necessárias à luz das recomendações de saúde pública.