Bruxelas está a preparar, caso se torne necessário, "medidas de apoio" aos setores económicos enfraquecidos pelo coronavírus Covid-19, disse hoje o comissário europeu da Indústria, Thierry Breton, sem especificar as possíveis ajudas.
"É muito cedo para dizer. Estamos atualmente a analisar a situação", afirmou
Muitos setores estão a ser afetados pela epidemia: desde logo, o turismo, porque, como observou Breton, “os chineses não vêm para a Europa há dois meses”, mas também muitos setores com redes de produtos ligadas à China: “automóveis, saúde, aparelhos eletrónicos, madeira ou brinquedos”.
“É muito cedo para medir o impacto exato, mas é a altura de colocarmos em movimento a coordenação de informações e medidas”, acrescentou.
Os ministros da Economia da Europa, reunidos hoje em Bruxelas, agendaram novo encontro para daqui a um mês com o objetivo de fazer um balanço.
“Propus reunirmo-nos novamente, o que foi aceite por todos os Estados-membros", adiantou o comissário.
“Estamos a acompanhar os números dia-a-dia e daqui a um mês iremos tirar conclusões sobre as consequências”, concluiu.
O balanço provisório da epidemia do coronavírus Covid-19 é de 2.800 mortos e mais de 82 mil pessoas infetadas, de acordo com dados reportados por 48 países e territórios.
Das pessoas infetadas, mais de 33 mil recuperaram.
Além de 2.744 mortos na China, onde o surto começou no final do ano passado, há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França, Hong Kong e Taiwan.
A Organização Mundial de Saúde declarou o surto do Covid-19 como uma emergência de saúde pública de âmbito internacional e alertou para uma eventual pandemia, após um aumento repentino de casos em Itália, Coreia do Sul e Irão nos últimos dias.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) registou 25 casos suspeitos de infeção, sete dos quais ainda estavam em estudo na quarta-feira à noite.
Os restantes 18 casos suspeitos não se confirmaram, após testes negativos.
No seu primeiro boletim diário sobre a epidemia, divulgado na quarta-feira, a DGS indicou que, “de acordo com a informação atual, o risco para a saúde pública em Portugal é considerado moderado a elevado”.
O único caso conhecido de um português infetado pelo novo vírus é o de um tripulante de um navio de cruzeiros que foi internado num hospital da cidade japonesa de Okazaki, situada a cerca de 300 quilómetros a sudoeste de Tóquio.