O Sindicato Todos os Professores (STOP) apresentou hoje uma lista de mais de 150 escolas com estruturas de fibrocimento contendo amianto, mas acredita que este levantamento seja "apenas a ponta do icebergue”.
Em menos de um ano, com a ajuda de professores e funcionários que diariamente trabalham nas escolas, o STOP identificou 156 estabelecimentos de ensino, desde jardins de infância até secundárias, onde alegadamente existem materiais com amianto.
“Esta é apenas a ponta do icebergue”, alertou André Pestana, dirigente sindical do STOP, explicando que a lista hoje divulgada só tem casos onde são visíveis placas de fibrocimento, habitualmente usadas nas telhas para coberturas dos recreios e zonas exteriores.
Mas, alertou André Pestana, o amianto “não existe apenas nas famosas placas de fibrocimento”.
Esta fibra natural é uma substância cancerígena e está presente em diversos materiais de construção usados também dentro das salas de aula.
Pavimentos, placas de teto falso, produtos e materiais de revestimento e enchimento, portas corta-fogo, paredes divisórias prefabricadas, tijolos refratários ou pinturas texturizadas são alguns dos exemplos onde se podem encontrar esta substância, que está proibida há cerca de 15 anos.
Por isso, a lista hoje apresentada “está incompleta” até porque o sindicato não tem meios logísticos nem técnicos para fazer um trabalho mais aprofundado, que é da responsabilidade do Governo.
O sindicalista sublinhou que o levantamento e a divulgação da lista das escolas, assim como a calendarização das obras para a retirada daquele material, são obrigação do Governo que “continua sem cumprir a lei”.
“Esta é uma responsabilidade do Governo e do Ministério da Educação que tinha a obrigação e o dever de fazer este trabalho para salvaguardar a saúde de milhares e milhares de crianças e de profissionais de educação, que já vem tarde e terá consequências muito nefastas, daqui a uns anos, para muitas pessoas”, lamentou em declarações à Lusa.
Para André Pestana “é impressionante não haver uma tomada de posição clara do Ministério da Educação”.
Por outro lado, o dirigente do STOP saudou a recente decisão da Provedoria da Justiça de pedir ao executivo a lista das escolas para que no futuro se possa controlar este problema de saúde pública e ambiental.