A Cruz Vermelha de Cabo Verde (CVCV) anunciou hoje que pretende criar uma Escola de Socorrismo no país, contando com a parceria da Cruz Vermelha Portuguesa, que está a formar socorristas cabo-verdianos para o efeito.
Os primeiros 14 socorristas cabo-verdianos começaram hoje, na cidade da Praia, a formação de formadores em primeiros socorros, que será ministrada ao longo de uma semana por um enfermeiro da Cruz Vermelha Portuguesa.
“Esperamos que seja a primeira de várias formações”, afirmou aos jornalistas o vice-presidente da CVCV, José Avelino de Carvalho, à margem da sessão de abertura desta formação, que abrange, nesta fase, profissionais e voluntários da instituição, entre médicos, enfermeiros e psicólogos.
Trata-se de uma área em que Cabo Verde, admite o responsável, é “carente”, sendo o objetivo da CVCV dotar o país de “quadros capazes”, preparando este primeiro grupo para “exercer funções” na Escola de Socorrismo que a instituição cabo-verdiano pretende “criar em breve”.
“Este ano não garantimos, mas é possível”, explicou José Avelino de Carvalho, acrescentando que após a conclusão desta formação, segue-se o processo de certificação da futura escola e a elaboração de um programa para “massificar” o ensino dos primeiros socorros em Cabo Verde.
“Não sabemos dizer concretamente quantos socorristas temos [no país], sabemos com certeza que são bastante insuficientes para as necessidades que temos. Basta ver as distâncias entre as ilhas, as configurações das ilhas, pessoas que vivem em sítios recônditos”, explicou o vice-presidente da Cruz Vermelha de Cabo Verde.
Dinis Cascão, enfermeiro da Cruz Vermelha Portuguesa, será o responsável pela formação dos formadores cabo-verdianos na área do socorrismo, que decorrerá até 05 de fevereiro na Praia.
“No fundo vamos dinamizar uma formação para preparar e capacitar socorristas e pessoal de Saúde para dar formação de primeiros socorros a toda a população. O objetivo é uniformizar procedimentos para desenvolver os primeiros socorros aqui em Cabo Verde”, explicou o enfermeiro português.
De acordo com Dinis Cascão, após esta formação poderão seguir-se outras ações em Cabo Verde, bem como o natural acompanhamento permanente, diretamente entre socorristas das duas instituições, enquanto “intercâmbio de conhecimento”.
Para a direção da CVCV, a formação que hoje arrancou pretende capacitar um “núcleo de formadores” com práticas e conhecimentos técnicos alinhados as Diretrizes Internacionais de Primeiros Socorros da Federação Internacional da Cruz Vermelha.
José Avelino de Carvalho defende tratar-se de uma ação de “grande relevância” para a Cruz Vermelha de Cabo Verde, mas também para o país: “Os acidentes acontecem quando menos se espera, daí a necessidade de termos pessoas capazes, com a formação adequada, para prestarem os cuidados essenciais à vida ou então estabilizar o acidentado, a vítima”.