A diretora de saúde pública da Organização Mundial de Saúde (OMS), Maria Neira, assegurou hoje que é “irracional e desproporcionado” que se esgotem as máscaras e os desinfetantes nas farmácias por medo do coronavírus.
Em declarações à emissora espanhola RAC-1, Neira recordou que as máscaras são para uso do pessoal de saúde e sublinhou que a diminuição de vítimas e contagiados que está a registar-se na China “poderá significar que a epidemia chegou ao cume e atingiu o pico epidémico”.
Neira afirmou que a medida mais efetiva para prevenir o contágio é lavar as mãos com frequência e insistiu que não se justifica que se esgotem as máscaras e os geles desinfetantes, referindo que a situação se baseia no “medo e na angústia das pessoas”, o que deve ser evitado.
A responsável explicou que o uso de máscaras é para pessoal de saúde e apelou para que se evite o uso de forma irracional.
Sobre a situação na China, onde teve origem o surto, Neira indicou que há já “quase a confirmação de que o número de casos parece ter atingido o topo”.
“Nos últimos dias, temos visto uma descida na incidência e no número de mortos”, acrescentou.
Globalmente, afirmou, o vírus circula, mas em quantidades muito racionais, pequenas, e os casos têm uma sintomatologia entre “leve e moderada”, semelhante a uma gripe sazonal.
A diretora geral de saúde pública da OMS disse que as medidas tomadas em Espanha, onde se diagnosticaram oito casos nos últimos dias, são totalmente proporcionais.
“Oitenta por cento das pessoas que estão em contacto com o vírus não desenvolvem qualquer sintomatologia. Cerca de 15% terá uma sintomatologia leve a moderada. Entre 4% a 5% requer assistência clínica mais sofisticada”, referiu a especialista.
O balanço provisório da epidemia do coronavírus Covid-19 é de pelo menos 2.763 mortos e cerca de 81.000 infetados, de acordo com dados reportados por mais de 40 países e territórios.