A ministra interina da Saúde timorense reconheceu hoje que os locais de isolamento para infetados com o coronavírus estão ainda por preparar.
“Queremos montar isso rapidamente. Podemos ter acesso ao fundo de emergência e queremos ter esse espaço pronto. Esperamos fazer isso o mais rapidamente possível, mas não posso dizer quando, vamos tentar fazer o mais rápido possível”, afirmou Élia Amaral.
A ministra disse que a equipa interministerial fez já uma proposta para recorrer ao fundo de emergência para preparar os locais de isolamento.
Sem avançar um calendário, Élia Amaral avançou que a equipa está a preparar camas e outros equipamentos para serem montados.
“Algum equipamento já chegou na semana passada. Estamos a preparar a questão do isolamento”, disse.
A equipa interministerial, liderada pelo Ministério da Saúde, está já em contacto com as Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) para recorrer a estruturas militares na zona de Formosa, nos arredores de Díli, em Hera (a leste da capital) e em Batugadé, junto da fronteira com Timor Ocidental.
Inicialmente, as autoridades timorenses disseram que uma ala do Hospital Nacional Guido Valadares, em Díli, seria estabelecida para isolar casos suspeitos, porém essa zona está agora ocupada por outros doentes.
A representação da ONU em Timor-Leste manifestou também preocupação com a falta de preparação de locais de isolamento e quarentena no país.
"A situação está a ficar cada vez pior e é apenas uma questão de tempo até que comecemos a ver mais casos em mais países”, disse à Lusa um alto responsável da ONU em Timor-Leste.
Nesse sentido, Timor-Leste tem que manter ativas medidas preventivas elevadas e, ao mesmo tempo, preparar zonas de isolamento e de quarentena caso surjam casos suspeitos ou confirmados, indicou a mesma fonte, que pediu para não ser identificado.
Nenhuma dessas infraestruturas está minimamente preparada, faltando camas, água corrente e outros materiais, disse.
Ainda que o índice de mortalidade do coronavírus Covid-19 seja relativamente baixo, a OMS notou que a taxa de contágio é muito elevada e que o vírus é especialmente perigoso para pessoas com outros problemas de saúde.
“Se não for possível isolar os casos rápida e adequadamente, as possibilidades de que o vírus se espalhe rapidamente são maciças”, explicou uma das fontes.
O balanço provisório da epidemia do coronavírus Covid-19 é de pelo menos 2.763 mortos e cerca de 81 mil infetados, de acordo com dados de mais de 40 países e territórios.
Além de 2.717 mortos na China, onde o surto começou no final do ano passado, Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França, Hong Kong e Taiwan também registaram vítimas mortais.
A Organização Mundial de Saúde declarou o surto do Covid-19 como uma emergência de saúde pública de âmbito internacional e alertou para uma eventual pandemia, após um aumento repentino de casos em Itália, Coreia do Sul e Irão nos últimos dias.