A Direção-Geral da Saúde (DGS) vai alargar a distribuição de folhetos informativos sobre o novo coronavírus aos voos que cheguem a Portugal provenientes de Itália, anunciou hoje em conferência de imprensa a diretora-geral, Graça Freitas.
A medida, que será concretizada em data a determinar, surge depois do aumento repentino de casos de infeção em Itália - mais de 200 - e onde já morreram sete pessoas.
A distribuição de folhetos informativos aos passageiros a bordo dos aviões, com conselhos sobre o que fazer em caso de suspeita e contactos telefónicos, já tinha sido adotada para os voos que chegam a Portugal provenientes da China, onde começou o surto do Covid-19.
Nos aeroportos portugueses, a informação aos viajantes será reforçada com cartazes e folhetos escritos também em italiano (além de português, inglês e chinês).
A linha telefónica de apoio ao médico será igualmente reforçada.
Graça Freitas assinalou que, apesar do "nível de risco e preocupação" ter aumentado devido ao surto em Itália, não há indicações da Organização Mundial da Saúde e da União Europeia para adotar medidas de controlo nos aeroportos, sendo recomendável o "reforço de medidas pedagógicas, de aconselhamento" das pessoas.
A diretora-geral da Saúde reiterou que o controlo da temperatura corporal, que é feito em alguns aeroportos no estrangeiro, "não é muito eficaz nem suficiente", uma vez que nem todos os casos de infeção manifestam imediatamente sintomas como febre.
Graça Freitas lembrou ainda que a entrada de pessoas em Portugal faz-se igualmente por outras vias, nomeadamente por estrada.
Além do reforço da informação ao público, a DGS defende outras "medidas de prevenção", habitualmente aplicadas também em situações de gripe, como a higiene das mãos.
O surto do Covid-19, que começou na China, já infetou mais de 79.000 pessoas em todo o mundo, de acordo com os números das autoridades de saúde dos cerca de 30 países afetados.
O número de mortos devido ao novo coronavírus subiu para 2.592 na China continental, que contabilizou mais de 75 mil infetados, quase todos na província de Hubei, epicentro da epidemia.
Além das vítimas mortais na China continental, já houve também mortos no Irão, Japão, na região chinesa de Hong Kong, Coreia do Sul, Filipinas, Estados Unidos e Taiwan. Na Europa, os países mais afetados são a Itália e a França.
Em Portugal já houve 14 casos suspeitos, que resultaram negativos após análises.
Há um português infetado que trabalha num navio de cruzeiros que se encontra de quarentena no porto de Yokohama, no Japão, e que será transferido hoje de madrugada (hora em Lisboa) para um hospital de referência japonês.