A instalação de um olival superintensivo em Veiros, no concelho de Estremoz, distrito de Évora, a escassos metros das habitações, é contestada pela Quercus por "ameaçar a saúde pública", segundo a Associação Nacional de Conservação da Natureza.
Em comunicado, a Quercus exige que "o Governo não autorize a instalação do olival sem estarem salvaguardadas as medidas necessárias de proteção da população".
Este olival, cujas operações de instalação já se iniciaram, de acordo com a associação ambientalista, localiza-se junto à periferia da povoação de Veiros, no Bairro Baldio da Eira, "a escassos metros de muitas habitações", facto que está a "provocar a revolta dos cidadãos locais" e que a Quercus considera "inadmissível e uma real ameaça à saúde pública local".
"Preocupada com os impactes que esta instalação poderá ter no ambiente local e na saúde das populações envolventes, nomeadamente problemas ao nível respiratório e de pele, a Quercus exige que o Ministério do Ambiente e o Ministério da Agricultura não autorizem a instalação do referido olival superintensivo sem estarem salvaguardadas as medidas necessárias de proteção da população", lê-se no comunicado.
Essas medidas, segundo a Quercus, passam pela criação de uma área de proteção, no mínimo de 200 metros, em torno das habitações, onde "não seja permitida a instalação do referido olival".
A Quercus "exige também que a criação destas áreas de proteção em torno das habitações, de modo a proteger a saúde pública das populações", seja uma condição "imprescindível para a instalação futura de qualquer olival intensivo ou superintensivo".
Para a instalação deste tipo de culturas, a Quercus defende que seja "obrigatório" realizar um processo de avaliação de impacte ambiental, que inclua os respetivos estudos de impacte ambiental, devendo o parecer das autarquias ser vinculativo neste tipo de licenciamentos.
A Quercus lembra que, à semelhança do Baixo Alentejo, o Alto Alentejo, sobretudo em concelhos como Elvas, Avis, Fronteira, Campo Maior ou Évora, continua a ser também alvo da instalação de novas monoculturas intensivas e superintensivas de olival, "sem um fim à vista".
O documento refere ainda que o olival intensivo, também chamado de olival em sebe, e onde se inclui o superintensivo, está dependente de "irrigação artificial e utiliza densidades de plantação que estão entre as 10 e 15 vezes mais árvores por hectare do que o olival tradicional", tendo "um nível superior de aplicação de fertilizantes de síntese e produtos fitofarmacêuticos relativamente em relação a este".
São vários os problemas ambientais que têm vindo a ser relatados devido à instalação destas monoculturas superintensivas de olival, lembra a associação ambientalista, e que tem a ver com "a contaminação do ar, dos solos e da água, diminuição de biodiversidade e degradação dos solos", entre outros, sobretudo devido às práticas utilizadas e aos produtos agrotóxicos usados regularmente nos tratamentos destes olivais.
O Bloco de Esquerda e o PCP também emitiram comunicados distintos, alertando para a instalação de olival superintensivo perto de casas, em Veiros, a escassos metros das habitações, situação que está a preocupar a população devido aos impactos que pode causar na saúde e no ambiente.
Os dois partidos manifestaram esta preocupação da população de Veiros, sobretudo dos moradores do Baldio da Eira, por estar a decorrer perto das casas a preparação de terras para a instalação do olival, que necessita da "utilização intensa de fitofármacos".