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Covid-19:Termina quarentena de brasileiros repatriados de Wuhan sem infetados

LUSA
24-02-2020 16:39h

A quarentena dos 34 brasileiros que foram resgatados da cidade chinesa de Wuhan, epicentro do novo coronavírus, e das 24 pessoas que acompanharam o seu repatriamento terminou no domingo, quatro dias antes do previsto, e sem casos de infeção.

As 58 pessoas que estiveram isoladas 14 dias no município de Anápolis, estado brasileiro de Goiás, puderam sair no domingo após o resultado do terceiro exame que deteta o novo coronavírus ter dado negativo.

A previsão inicial era de que o grupo ficasse isolado durante 18 dias, mas, após o terceiro e último exame apontar um resultado negativo para o vírus, todos foram libertados mais cedo.

Segundo o ministro da Defesa brasileiro, Fernando Azevedo e Silva, todas as determinações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde foram consideradas para que a libertação acontecesse no domingo.

Antes de embarcarem para as suas cidades, em aviões da Força Aérea Brasileira, os repatriados participaram numa cerimónia de encerramento da "Operação Regresso à Pátria Amada Brasil", com a presença do ministro da Defesa, do governador do Estado de Goiás, Ronaldo Caiado, e do prefeito de Anápolis, Roberto Naves.

"O meu sentimento é de orgulho, de missão cumprida. O meu agradecimento é a todos vocês. Esses dias aqui foram uma demonstração de competência e comprometimento", declarou Azevedo e Silva perante os repatriados e as equipas de resgate.

Num primeiro momento, o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, opôs-se ao repatriamento do grupo de brasileiros que se encontrava em Wuhan, considerando que milhões de cidadãos poderiam ser colocados em risco, mas acabou por mudar a sua posição após um apelo público.

No início do mês, num vídeo publicado nas redes sociais, vários brasileiros que estavam na China leram uma carta na qual enfatizaram que nenhum deles estava infetado pelo vírus, lembrando que outros países já tinham repatriado os seus cidadãos, e expressando a sua disposição de seguir os requisitos de saúde necessários para poderem regressar ao seu país.

Desde que foi detetado no final do ano passado, na China, o coronavírus Covid-19 provocou 2.592 mortos na China Continental e infetou mais de 78 mil pessoas a nível mundial.

Além dos mortos na China continental, já houve também mortos no Irão, Japão, na região chinesa de Hong Kong, Coreia do Sul, Itália, Filipinas, França, Estados Unidos e Taiwan.

Um dos países mais afetado é o Japão, incluindo-se nos casos detetados pelo menos 364 no cruzeiro ‘Diamond Princess’ onde no sábado foi detetada a infeção de um cidadão português.

Itália é também um dos países com mais casos detetados, registando 132 casos de infeção por Covid-19, quatro deles mortais.

As autoridades japonesas confirmaram que um tripulante português do navio ‘Diamond Princess’, atracado em Yokohama, está infetado com o Covid-19, divulgou fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros numa nota enviada à agência Lusa.

De acordo com a mesma fonte, o ministério está a “insistir junto das autoridades locais para que se proceda à sua transferência para o hospital de referência”, no Japão.

A diretora geral de Saúde, Graça Freitas, em declarações à Lusa, lembrou que os cinco tripulantes portugueses presentes no navio “foram testados ao longo do tempo” e que só este caso é que se confirmou positivo.

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