A Itália propôs uma reunião de ministros da Saúde dos países que fazem fronteira com a península para determinar “linhas de ação comuns” face à evolução da epidemia de coronavírus, anunciou hoje a Proteção Civil italiana, em comunicado.
“O Governo italiano propôs uma reunião com os ministros da Saúde dos países vizinhos para partilhar linhas de ação comuns”, refere um comunicado publicado após uma reunião na qual participaram o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luigi Di Maio, e o chefe da Proteção Civil, Angelo Borrelli, além dos autarcas das regiões mais afetadas.
O surto repentino, que desde sexta-feira fez aumentar o número de novos casos de coronavírus de seis para 219, fez da Itália o país mais afetado da Europa e o terceiro no mundo depois da China e da Coreia do Sul.
“Durante a reunião, foram examinadas todas as questões relativas aos fluxos transfronteiriços e ao controlo das fronteiras aéreas, marítimas, terrestres e ferroviárias, incluindo a possibilidade de restabelecer os controlos nas fronteiras, suspendendo [o acordo de] Schengen”, adiantam os responsáveis italianos.
No entanto, embora exista viabilidade legal para fazer essa suspensão da livre circulação, “não existe viabilidade prática, admitem no comunicado, reconhecendo que “essa medida não garantiria eficácia preventiva”.
Durante esta reunião, muitos autarcas expressaram a sua preocupação “pela mobilidade dos trabalhadores transfronteiriços italianos”.
A França anunciou, entretanto, que irá impor controlo e restrições às pessoas que viajem do norte da Itália.
A epidemia de Covid-19, que teve origem na China, já infetou mais de 79.000 pessoas em todo o mundo, segundo os números das autoridades de saúde dos cerca de 30 países afetados.
O número de mortos devido ao coronavírus subiu para 2.592 na China continental, contabilizando também mais de 75 mil infetados, quase todos na província de Hubei.
Além das vítimas mortais na China continental, já houve também mortos no Irão, Japão, na região chinesa de Hong Kong, Coreia do Sul, Filipinas, Estados Unidos e Taiwan. Na Europa, os países mais afetados são a Itália e a França.